Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de agosto de 2020
Guedes participava de um evento de um centro de estudos de Washington.
Foto: Marcello Casal Jr/Agência BrasilO ministro da Economia, Paulo Guedes, ao ser questionado sobre a política ambiental do governo do presidente Jair Bolsonaro, disse a estrangeiros durante um evento que eles destruíram as suas florestas. “Entendemos a preocupação de vocês (norte-americanos), porque vocês desmataram suas florestas. Vocês querem nos poupar de desmatar a floresta, como vocês desmataram as suas. Sabemos que vocês tiveram guerras civis, também tiveram escravidão, e só pedimos para que vocês sejam amáveis como somos amáveis. Vocês mataram seus índios, não miscigenaram”, afirmou. Guedes participava do Aspen Security Forum, organizado pelo Aspen Institute, um centro de estudos de Washington.
Nesta semana, o Ministério do Meio Ambiente propôs por meio de ofício enviado ao Ministério da Economia, a redução da meta oficial de preservação da Amazônia. Depois, o ministro da pasta, Ricardo Salles, recuou. Entre agosto de 2018 e julho de 2019, o desmatamento na região cresceu quase 30%.
Guedes afirmou que a Amazônia é território brasileiro e que as florestas serão preservadas.
“Nós estamos no acordo de Paris, temos crédito de carbono. Vamos taxar o carbono no Brasil, vamos preservar nossas florestas. Não precisamos ir à Amazônia para produzir bens agrícolas. Isso não vai acontecer”, disse.
O ministro afirmou que os militares brasileiros amam a Amazônia, fazem treinamentos na região durante o período de formação e não atacam índios. Ele ainda citou o general norte-americano George Armstrong Custer, que morreu enfrentando índios nativos nos Estados Unidos.
“Isso não aconteceu aqui. Grandes histórias sobre como matamos nossos índios são fake”, declarou.
Guedes disse ainda que, com exceção de Canadá e Rússia, o Brasil é o país com a maior parte de sua região natural preservada.
Os Estados Unidos são o terceiro maior comprador de produtos brasileiros, conforme dados da balança comercial do primeiro semestre, seguidos pela China e União Europeia. Os americanos responderam por 10% de tudo que foi exportado pelo Brasil. Em função da pandemia, houve uma queda de 31,% na venda de produtos para os Estados nos primeiros seis meses do ano.