Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de julho de 2021
A apresentadora Xuxa Meneghel teve uma ação de reparação de danos morais contra a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) negada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. A parlamentar havia criticado “Maya”, livro escrito pela artista voltado para o público infantil com temática LGBTQIAP+. Xuxa pedia uma indenização de R$ 150 mil.
Quando Xuxa anunciou o lançamento da obra, em junho de 2020, a deputada publicou, em seu perfil no Twitter, uma mensagem dizendo que “sexualizar e instigar inocentes ao sexo pavimenta a pedofilia e a depravação”. E usou a hashtag #XuxaDeixeNossasCriançasEmPaz”.
Na decisão judicial, a juíza Carolina Pereira de Castro destaca que “o comentário da ré em uma rede social – ainda que sobre um livro que sequer havia sido lançado – reflete a liberdade de expressão e a sua limitação pode ferir preceito constitucional e caracterizar censura, o que não é permitido”.
A magistrada diz ainda que a manifestação de Carla Zambelli “ainda que possa demonstrar desconhecimento pela ré acerca da temática do livro que seria lançado pela autora, apenas fez uma crítica – seja boa ou ruim – à obra que seria produzida pela autora”. A decisão cita ainda que “apesar de denotar uma preocupação exarcebada com a educação sexual de crianças, não implica a ocorrência de lesão extrapatrimonial digna de nota”.
Carolina Pereira considerou improcedente o pedido de indenização, extinguiu o processo “com resolução de mérito” e condenou Xuxa ao pagamento de custas, despesas processuais e honorários advocatícios, que fixou em 10% do valor da causa.