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Brasil Doleiro diz ter certeza de que o deputado cassado Eduardo Cunha repassava propina para Michel Temer

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O Palácio do Planalto afirmou que "toda e qualquer afirmação nesse sentido é falsa". (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

Em depoimento à PGR (Procuradoria-Geral da República), o doleiro Lúcio Funaro disse ter “certeza” de que parte da propina oriunda de esquemas de corrupção do deputado federal cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) era destinada ao presidente Michel Temer.

“Tenho certeza que parte do dinheiro que era repassado, que o Eduardo Cunha capitaneava em todos os esquemas que ele tinha, dava um percentual também para o Michel Temer. Eu nunca cheguei a entregar, mas o Altair [Altair Alves Pinto, emissário de Cunha] deve ter entregado, assim, algumas vezes”, diz Funaro no depoimento.

Funaro, que está preso em Brasília, prestou depoimento à PGR no dia 23 de agosto. O acordo de delação premiada foi homologado pelo ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal). O doleiro relatou a facilidade para repassar a propina já que seu escritório em São Paulo era próximo ao de Temer – 100 metros de distância, segundo o delator – e ao do advogado José Yunes, ex-assessor especial do presidente da República.

“O Altair às vezes comentava que tinha que entregar um dinheiro para o Michel. O escritório do Michel é atrás do meu escritório. O lugar onde era localizado o meu escritório era um lugar muito bom para o Eduardo porque era próximo ao escritório do José Yunes, que era uma das pessoas que às vezes arrecadava dinheiro, que ia pegar dinheiro pro Michel Temer”, afirmou Funaro no depoimento sobre a atuação do PMDB na Caixa Econômica Federal.

Ele disse ainda: “Sendo próximo, o risco era pequeno. O cara saía com a mala, ia andando meia quadra e já estava no escritório dele, entendeu. Não tinha problema nenhum.” Funaro relatou que Temer nunca pegou ele mesmo o dinheiro porque “tinha receio de se expor”, mas que o presidente “tinha conhecimento dos fatos”.

“O Eduardo às vezes chegava pra ele e falava ‘pô, precisamos fazer esse favor aqui e em troca disso vai ter uma doação’. No passado isso era considerado ‘ah, deu um dinheiro para campanha’, mas hoje nós sabemos que isso não é dinheiro para campanha. Isso aí é propina. Tem um nome específico. Propina. É a troca do teu poder, prestígio político, influência política em troca de uma doação para campanha, que o cara traveste isso aí de doação. É propina. Não tem outro nome. Propina”, disse Funaro.

O operador financeiro citou em seu depoimento casos em que teria ocorrido pagamento de propina a Temer. “Você acha que o [empresário] Natalino Bertin ia dar dinheiro para o Michel Temer porque acha o Michel Temer bonito?”, disse Funaro. Em outro trecho, ele citou a atuação de Temer, então vice-presidente da República, no pagamento de propina em forma de doação eleitoral pelo empresário Henrique Constantino, sócio da Gol Linhas Aéreas, para a campanha de Gabriel Chalita, atualmente no PDT. Na ocasião, em 2012, Chalita era candidato do PMDB à prefeitura de São Paulo.

Planalto

Em um breve comunicado, o Palácio do Planalto informou que “o presidente Michel Temer não fazia parte da bancada de ninguém”, referindo-se ao grupo de Cunha. O governo informou ainda que “toda e qualquer afirmação nesse sentido é falsa”.

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