Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro criticou nesta quinta-feira (11) a autonomia das universidades federais e disse que tem evitado nomear reitores que tenham relação com os partidos de esquerda.
Em café da manhã com a bancada evangélica, no Palácio do Planalto, o chefe do Executivo afirmou que “coisas absurdas” têm ocorrido nos campi universitários, que viraram, segundo ele, “terras deles”.
A autonomia das universidades é garantida pela Constituição Federal. Nos últimos meses, o governo federal reteve a nomeação de reitores, escolhidos em listas tríplices. A motivação teria sido política.
“Coisas absurdas têm acontecido dado a autonomia das universidades”, disse. “Ali virou terra deles, eles que mandam”, acrescentou Bolsonaro. O presidente declarou ainda que, em algumas listas tríplices, há nomes do PT, do PCdoB e do PSOL e, segundo ele, “não tem como fugir”. “É do PT, do PCdoB ou do PSOL. Agora, o que puder fugir, logicamente pode ter um voto só na eleição, mas estamos optando por essa questão”, disse.
O Ministério da Educação já deu sinais de que pode não seguir a nomeação do primeiro da lista tríplice formada pelas instituições em consultas internas. O governo tem a atribuição legal de oficializar qualquer nome da lista, embora seja tradicional a indicação do primeiro colocado, como forma de respeitar a autonomia das universidades.
Durante o encontro, o presidente também ouviu uma crítica de um integrante da bancada evangélica à Unilab (Universidade da Integração da Lusofonia Afro-Brasileira). A instituição de ensino lançou na terça-feira (09) um vestibular específico para candidatos transgêneros e intersexuais em unidades no Ceará e na Bahia.
No café da manhã, Bolsonaro pediu aos parlamentares evangélicos que apresentem propostas que o governo possa incorporar à sua pauta para trazer a população para o seu lado. “Os senhores têm ideias maravilhosas que, via decreto, a gente pode resolver, projeto de lei, inclusão por ocasião do relatório quando um colega faz o seu relatório lá em uma medida provisória ou projeto de lei. Essas pequenas medidas têm um alcance enorme no Brasil e trazem a população para o nosso lado”, disse Bolsonaro.
Na ocasião, os parlamentares agradeceram ao presidente pelo compromisso firmado por ele na quarta-feira (10) de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para uma das vagas que serão abertas no STF (Supremo Tribunal Federal).