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Por Redação O Sul | 24 de março de 2019
O deputado Rui Falcão (PT-SP) afirmou que há um consenso político entre os 54 parlamentares do PT para votar contra a reforma da Previdência. Para ele que, foi presidente nacional da legenda durante todo o governo Dilma Rousseff (PT), a reforma é um retrocesso na questão dos direitos dos trabalhadores. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da Agência Brasil.
Falcão afirmou que o partido não deve também aceitar modificações na Proposta de Emenda Constitucional (PEC) apresentada pelo governo ao Congresso. “Não vamos nem apresentar emendas”, disse.
O partido lançou na sexta-feira uma campanha contra a reforma. Para o PT, a nova Previdência ataca a soberania e destrói os direitos conquistados. Uma das principais críticas da legenda é em relação ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) e aposentadoria rural.
Na avaliação do líder do PT na Câmara, deputado federal Paulo Pimenta, a proposta de reforma “é um projeto covarde, que protege poderosos e privilegiados e ataca os pobres”.
Falcão também criticou a crise entre o governo e o presidente da Câmara nos últimos dias. Ele lamentou os ataques feitos a Rodrigo Maia (DEM-RJ).
O partido realizou no sábado (23) o segundo dia de sua convenção nacional. Eles definiram, há pouco, o calendário para as eleições internas deste ano. As fases municipais e estaduais devem ocorrer no início de setembro e a eleição da nova direção nacional em novembro.
Relatório
De acordo com um relatório divulgado pela Secretaria de Política Econômica (SPE), do Ministério da Economia, o crescimento econômico gerado pela reforma da Previdência deve beneficiar principalmente os 50% mais pobres da população.
No mês passado, o órgão tinha distribuído nota técnica na qual calculou que a economia cresceria 3,3% em 2023 com a aprovação total da reforma da Previdência, 2,3% com a aprovação parcial e encolheria 1,8% com as regras atuais.
Segundo o documento, a aprovação integral das novas regras poderia gerar até 8 milhões de empregos formais nos próximos quatro anos, mas o ministério não tinha divulgado a distribuição desse crescimento por classes sociais.
Agora, a SPE detalhou o impacto positivo da expansão da economia decorrente da reforma, conforme o nível de renda da população. O levantamento dividiu a população em 10 segmentos, em que o menor corresponde aos 10% mais pobres; e o maior, aos 10% mais ricos, e analisou o aumento da renda em cada faixa em dois cenários.
O estudo considerou o crescimento médio de 3% ao ano da economia até 2023, no caso de aprovação total da reforma, e retração média de 0,5% ao ano no mesmo período, sem mudanças nas regras.
De acordo com a nota técnica, a renda per capita cresceria mais entre os 50% mais pobres da população: de 3,07% por ano em média para o segmento entre 40% e 50% mais pobres a 3,48% por ano para os 10% mais desfavorecidos.
Entre os 50% mais ricos, a renda per capita também subiria, mas em ritmo menor: de 3% ao ano para a faixa entre 40% e 50% mais ricos a 2,63% ao ano entre os 10% mais ricos.