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Brasil Aliada do presidente Bolsonaro, deputada fez um dos discursos mais duros até agora sobre o projeto do governo que afrouxa as punições no trânsito

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A deputada federal Christiane de Souza Yared. (Foto: Câmara dos Deputados)

Aliada do presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Christiane Yared (PL-PR) fez um dos discursos mais duros até agora contra o projeto de lei apresentado pelo governo que afrouxa punições nas regras de trânsito. Em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, ela criticou, principalmente, a suspensão de multas para quem não transportar crianças em cadeirinhas.

“Quanto custa uma cadeirinha? Eu não sei o valor de uma cadeirinha, mas sei o valor de um terreno no cemitério. Eu sei quanto custa um caixão, eu paguei o caixão do meu filho. Eu sei quanto custa choro, flores”, disse Christiane. Seu filho, Gilmar Souza Yared, foi morto em 2009, após o carro do ex-deputado estadual José Carli Filho atingir o veículo em que estava. Na ocasião, exames apontaram que Carli Filho estava embriagado.

Em entrevista ao Broadcast/Estadão, serviço de cobertura em tempo real do Grupo Estado, Christiane afirmou que Bolsonaro teve pressa em apresentar a proposta “no afã de mostrar que está fazendo alguma coisa”, mas disse que o presidente não fez isso “com a intenção de prejudicar a população brasileira”. Para ela, além da obrigatoriedade do uso da cadeirinha, ela defende que exames toxicológicos para motoristas profissionais possam ser feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e afirma que é até favorável ao aumento de pontos na carteira de motorista, mas diz que é preciso fazer uma análise primeiro para saber qual aumento pode ser tolerado.

Como a senhora, que já perdeu seu filho num acidente de carro, avalia o projeto encaminhado pelo presidente Jair Bolsonaro?

Sabemos que é uma promessa de campanha dele. O que sugerimos ao presidente é que daríamos a ele saídas para essas promessas que ele fez e que seriam viáveis para o País. Eu vi que houve uma pressa na apresentação desse projeto e ele não vai passar do jeito que está no Congresso porque nós, ali, estamos na defesa do trânsito mais seguro. Já temos, inclusive projetos apresentados, como os 40 pontos na carteira para profissionais da área – caminhoneiros, taxistas, motoristas de Uber, quem trabalha diretamente no trânsito, entregadores, caminhões de pequeno porte.

Então a senhora é a favor de aumentar pontos na carteira para os motoristas profissionais?

Sim. A gente vê, por exemplo, como motoristas de táxi que param para desembarcar e acabam sendo multados, e às vezes nem viram que pararam onde não poderia. Não são multas graves ou gravíssimas. São multas médias. Nós até sugerimos algumas mudanças para essa situação.

Mas para o condutor como nós, motoristas normais, estamos conversando para ver se a gente teria a possibilidade de aumentar um pouco essa pontuação. Nossa preocupação é realmente segurança. A preocupação em relação ao farol aceso durante o dia é importantíssimo. A gente viu aí uma redução de 15% das mortes nas estradas, nas rodovias no país, que é realmente um número significativo, em relação a quando não se havia obrigatoriedade do farol (aceso).

Quais outros pontos do projeto a senhora defende que sejam alterados?

Vemos com extrema preocupação a questão das cadeirinhas. Isso, para nós, foi motivo até de manifestação em plenário mostrando que o valor de uma cadeirinha é completamente irrisório se você for comparar a um terreno no cemitério, a um caixão, ao tempo de choro e flores.

Trouxemos essa realidade para dentro do plenário para mostrar que os valores desses dispositivos de segurança para crianças são valores mínimos, que a gente poderia até conseguir algumas reduções com isenções de impostos, projetos que já foram apresentados. Sem contar que há ONGs no Brasil inteiro que providenciam esses equipamentos para famílias que não têm possibilidade de comprar.

Também vemos com preocupação a questão dos dez anos para renovar uma habilitação. Às vezes, em questão de dois anos as pessoas podem ter um glaucoma, um prejuízo de visão sério e continuar dirigindo. No meu caso, o jovem que matou o meu filho teve a habilitação concedida aos 18. Quando ele fez a renovação estava com 23 anos, e quando fez 26 era um drogado. Ele tinha um problema sério com alcoolismo, tinha bebido quatro garrafas de vinho. Ele já tinha um histórico de pontos assustador na carteira e continuava dirigindo. Matou duas pessoas.

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