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Por Redação O Sul | 30 de maio de 2019
O ex-líder das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) Seuxis Paucias Hernández Solarte, conhecido como Jesús Santrich, que estava detido há dez dias em Bogotá, saiu da prisão nesta quinta-feira (30) por determinação da Suprema Corte do país, informou a procuradoria-geral colombiana pelo Twitter. As informações são do portal de notícias G1 e da agência de notícias AFP.
“Neste momento, a Procuradoria dá cumprimento à decisão da Suprema Corte em relação ao senhor Seuxis Paucias Hernández Solarte. O procedimento é acompanhado com medidas de segurança da Unidade Nacional de Proteção da Colômbia”, diz o comunicado.
A decisão do tribunal foi proferida na quarta-feira (29).
Jesús Santrich enfrenta um pedido de extradição feito pelos Estados Unidos, mas a Colômbia ainda não decidiu se o envia aos EUA ou não. Ele foi indiciado há mais de um ano por um júri americano por conspiração para mandar para os Estados Unidos, no ano passado, 10 toneladas de cocaína.
Santrich tinha deixado a prisão de La Picota, em Bogotá, no dia 17 de maio, mas voltou quase imediatamente, depois que o ministério público colombiano afirmou ter novas evidências sobre o caso. No dia seguinte, ele foi levado para uma clínica após uma suposta tentativa de suicídio.
O ex-líder era um dos dez membros das antigas Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) que assumiriam mandatos no Congresso, garantidos até 2026 pelo acordo de paz assinado em 2016 e que viu milhares de guerrilheiros se desmobilizarem.
Santrich, de 52 anos, foi preso antes de ser empossado, mas, como é reconhecido como legislador, seu caso teve que ser ouvido pela Suprema Corte, disse o órgão em um comunicado.
“Seria contrário aos direitos fundamentais do privilégio constitucional mantê-lo preso”, disse o tribunal. “Permitir que outras autoridades que não o Supremo Tribunal de Justiça investiguem, julguem ou imponham medidas de privação de liberdade não reconheceria a dignidade de seu cargo”.
O tribunal emitiu a medida a favor de Santrich – detido em Bogotá desde abril de 2018 – e assumiu a responsabilidade de investigá-lo por conta do foro parlamentar, apesar dele nunca ter assumido o cargo no Congresso devido à sua captura para extradição.
No entanto, a Procuradoria pediu ao alto tribunal que volte a determinar a captura do ex-guerrilheiro, em sua condição de parlamentar, para ser “ouvido em interrogatório” pelos crimes que lhe são atribuídos.
O presidente Duque, que chegou ao poder com a promessa de modificar o acordo de paz por considerá-lo fraco demais com os insurgentes, apoiou a decisão do Ministério Público.
Além disso, afirmou ter a esperança de que Santrich receba uma punição exemplar. “Quero ser claro e enfático, os mafiosos têm que estar na cadeia e têm que receber uma sanção exemplar por parte da sociedade colombiana”, disse o presidente durante um ato na capital.