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Por Redação O Sul | 25 de março de 2019
A atriz Tássia Camargo, de 58 anos, sofreu um infarto recentemente e foi internada. Quadros como estes são mais comuns nesta faixa etária: após entrar na menopausa (período que começa entre 50 e 55 anos), a mulher passa a correr mais risco de enfartar. Dados do Datasus apontam que infartos após os 50 anos matam quase três vezes mais mulheres do que o câncer de mama na mesma faixa etária.
“Os hormônios da fase fértil da mulher a protege da aterosclerose (acúmulo de placas de gordura), o que diminui a chance de um caso de enfarte”, explica Claudio Tinoco, diretor científico da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro.
O infarto ocorre quando um coágulo bloqueia a passagem de sangue. Sem irrigação, a artéria perde oxigênio e morre, afetando a oxigenação do coração.
“Quando a placa de gordura da artéria se rompe, plaquetas se agregam à gordura e forma-se um coágulo, que impede o fluxo sanguíneo”, detalha Mohamed Wafae Filho, chefe da Unidade Pós-Operatório em Cirurgia Cardíaca do Hospital São Francisco na Providência de Deus.
As mulheres correm mais risco de apresentar sintomas atípicos em casos de infarto, como dor na região da barriga, como se fosse uma gastrite; enjoo; mal-estar e cansaço excessivo sem causa aparente. O sinal clássico de um infarto é a dor na região do peito em forma de aperto, que pode irradiar para braços, pescoço e costas. Diante de qualquer sintoma, é preciso procurar o quanto antes um serviço de emergência.
Doenças como hipertensão, obesidade, diabetes são fatores de risco para o enfarte, assim como o tabagismo, o colesterol alto e o histórico familiar. Para se prevenir, é preciso controlar as doenças de risco, parar de fumar, praticar atividades físicas e se consultar frequentemente com um cardiologista em caso de histórico na família.
Sutilezas letais
Dor e aperto no peito que irradiam para o braço esquerdo e pescoço são os sintomas mais comuns e conhecidos de um infarto do miocárdio, popularmente chamado de ataque do coração. Quando esses sinais se manifestam, quase todo mundo sabe que é preciso buscar socorro médico imediatamente.
O problema dessas manifestações, em especial quando uma ocorre isoladamente, é que as pessoas não a associam ao infarto. Costuma-se achar que um analgésico ou antiácido resolverá a situação.
Por isso, é importante a conscientização sobre a necessidade de também procurar atendimento médico nesses casos. Não vale a pena correr o risco de subestimar as reações do organismo. Afinal, metade das mortes por ataque cardíaco acontece nas primeiras horas depois dos sintomas iniciais.
Quanto mais rápido for o socorro, maiores as chances de sobrevivência e menor a probabilidade de sequelas.
Adotar uma providência com agilidade é importante para preservar vidas. Quando se trata do coração, é muito melhor pecar pelo excesso de cuidado, porque a negligência no socorro pode ser letal.