Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de julho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta sexta-feira (5) que, apesar de não ter acesso ao processo, conversa frequentemente com o ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e acompanha de perto as investigações da Polícia Federal da tentativa de assassinato que sofreu em setembro do ano passado, quando era candidato à Presidência da República. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
“Nós esperamos que a nossa PF chegue realmente à elucidação dos fatos. Tem muita coisa acontecendo, tenho conhecimento, mas não posso falar”, acrescentou o presidente.
“Não tenho acesso aos autos, mas converso com Sérgio Moro, tem informação que chega para mim e que passo para ele apurar também. É natural. Agora, não quero que inventem responsável pela tentativa de assassinato à minha pessoa, quero é chegar à solução”, disse o presidente a jornalistas.
Bolsonaro participou de solenidade de comemoração do 196º Aniversário da criação do Batalhão do Imperador e o 59º de sua Transferência para a Capital Federal. O evento foi realizado no Batalhão da Guarda Presidencial, em Brasília.
Adélio Bispo de Oliveira, autor confesso do atentado, afirmou durante avaliação psiquiátrica que tentou assassinar o então candidato porque, se eleito, ele “entregaria nossas riquezas ao FMI (Fundo Monetário Internacional), aos maçons e à máfia italiana”.
Ele afirmou ainda que, como consequência da eleição de Bolsonaro, “seriam mortos pobres, pretos, índios, quilombolas, homossexuais, só ficando os ricos maçons dominando as riquezas do Brasil”.
Advogado
O advogado Zanone Júnior, defensor de Adélio Bispo de Oliveira, autor da facada contra o presidente Jair Bolsonaro (PSL) durante a campanha eleitoral de 2018, assumiu de graça o caso do esfaqueamento para ganhar holofotes na mídia. É o que apontam as investigações da Polícia Federal no inquérito que apura se há relação entre a defesa e o mandante do atentado.
As informações são do jornalista Lauro Jardim, publicadas em seu blog no jornal O Globo.
Zanone já havia feito o mesmo quando defendeu – também de forma gratuita – um ex-policial que se envolveu no caso do goleiro Bruno, conhecido como Bola.
O advogado inicialmente disse que os honorários estavam sendo pagos por fiéis de uma igreja em Minas, informação desmentida pela cúpula das Testemunhas de Jeová. A igreja soltou uma nota desmentindo e dizendo não ter nenhuma vinculação com parentes de Adélio, tampouco com o autor do atentado contra o presidente.
Após se dar conta do equívoco, Zanone fez a mea culpa e falou que na realidade, tratava-se por uma pessoa ligada “à família e a uma congregação evangélica de Montes Claros”. Segundo a PF, o advogado teria inventado a história.
Desde que sofreu o atentado, Bolsonaro tem sido enfático em cobrar da PF uma solução para o caso. Recentemente, o presidente afirmou que Adélio faz “jogadinha de ser maluco”.
Em avaliação psiquiátrica, Adélio Bispo de Oliveira, que confessou o crime, foi considerado inimputável por sofrer de Transtorno Delirante Persistente, não podendo ser punido criminalmente.