Sexta-feira, 19 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Campanhas de desinformação na internet crescem no mundo

Compartilhe esta notícia:

De acordo com relatos de usuários, feed do Facebook não carregava e não criava posts. (Foto: Reprodução)

Apesar do aumento dos esforços de plataformas da internet como o Facebook para combater a desinformação na internet, o uso de técnicas de manipulação por governos de todo o mundo está crescendo, de acordo com um relatório divulgado quinta-feira por pesquisadores da Universidade de Oxford. Os governos estão espalhando desinformação para desacreditar seus oponentes políticos, calar pontos de vista divergentes e interferir nos assuntos externo, aponta o relatório, intitulado “Tropas Virtuais”. As informações são do jornal O Globo.

O Brasil é um dos países onde há campanhas de desinformação política e de mentiras profissionalizadas, segundo o estudo, que classifica o país em um nível de capacidade de manipulação “médio” — o segundo mais alto. O relatório, que avalia a desinformação digital em 70 países, identificou que o Brasil tem grupos profissionais de desinformação ligados a partidos políticos e a empresas privadas, que empregam táticas de apoio, ataques a opositores, distração de assuntos, fomento de divisões e supressão de pontos de vista divergentes.

O estudo não diz os nomes dos partidos e grupos responsáveis pela desinformação, mas indica a eleição de 2018 como uma “instância de partidos políticos propositalmente espalhando ou ampliando a desinformação nas redes sociais”, por meio do WhatsApp. Além do aplicativo de trocas de mensagens, as plataformas mais comuns para espalhar informações falsas no país são Youtube e Facebook, diz o estudo. O trabalho também aponta que robôs e humanos controlam contas falsas com objetivos políticos no Brasil.

Os pesquisadores compilaram informações de organizações de notícias, grupos da sociedade civil e governos para criar um dos inventários mais abrangentes de práticas de desinformação por governos em todo o mundo. Eles descobriram que o número de países com campanhas de desinformação política mais do que dobrou nos últimos dois anos.

Além disso, o Facebook continua sendo a principal rede social de desinformação, segundo o relatório. Campanhas de propaganda organizada foram encontradas na plataforma em 56 países.

“A tecnologia das mídias sociais tende a fortalecer a propaganda e a desinformação de maneiras realmente novas”, disse Samantha Bradshaw, pesquisadora do Instituto de Internet de Oxford e coautora do estudo.

O instituto trabalhou anteriormente com a Comissão de Inteligência do Senado para investigar a interferência russa na campanha de 2016.

O relatório destaca dificuldades enfrentadas por Facebook, Twitter e YouTube quando tentam combater a desinformação e, principalmente, enfrentam governos.

Mas a pesquisa mostra que o uso das táticas, que incluem bots, contas falsas nas redes sociais e “trolls” contratados, está crescendo. Nos últimos dois meses, as plataformas suspenderam contas vinculadas a governos da China e da Arábia Saudita.

Ben Nimmo, diretor de investigações da Graphika, empresa especializada em análise de mídias sociais, disse que o crescente uso da desinformação da internet é preocupante para as eleições de 2020 nos Estados Unidos. Uma mistura de grupos nacionais e estrangeiros, operando de forma autônoma ou com vínculos frouxos com um governo, está se desenvolvendo a partir dos métodos usados pela Rússia nas últimas eleições presidenciais, dificultando o policiamento das plataformas.

O relatório aponta que as táticas não estão restritas limitadas a grandes países, mas que Estados menores também podem facilmente estabelecer operações de manipulação na internet. Os pesquisadores de Oxford disseram que a mídia social está sendo cada vez mais cooptada pelos governos para suprimir os direitos humanos, desacreditar os oponentes políticos e reprimir a dissidência, inclusive em países como Azerbaijão, Zimbábue e Bahrein.

A maioria dos esforços de desinformação vinculados a governos era voltada para contextos internos, concluíram os pesquisadores. Mas pelo menos sete países tentaram influenciar pontos de vista fora de suas fronteiras: China, Índia, Irã, Paquistão, Rússia, Arábia Saudita e Venezuela, acrescentaram.

Bradshaw disse que tanto a regulamentação de governos quanto as medidas tomadas pelo Facebook para combater esse tipo de desinformação não foram suficientes.

Grande parte da regulamentação “tende a se concentrar no conteúdo” ou em “problemas marginais”, disse ela, apontando esforços como a transparência do Facebook em sua política de anúncios.

“Mas, com base em nossa pesquisa, sabemos que esse problema de anúncios de segmentação múltipla é na verdade apenas uma parte muito pequena dos problemas”, disse Bradshaw, acrescentando que o Facebook não abordou problemas estruturais mais profundos que facilitam a disseminação de informações falsas e enganosas.

“Para resolver isso, você precisa examinar o algoritmo e o modelo de negócios subjacente”, disse Bradshaw.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

A China nega suspeitas de espionagem da Airbus
O governo federal pretende privatizar cerca de 350 das 400 empresas estatais, disse o ministro das Relações Exteriores
https://www.osul.com.br/campanhas-de-desinformacao-na-internet-crescem-no-mundo/ Campanhas de desinformação na internet crescem no mundo 2019-09-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar