Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2020
A rinosseptoplastia é a cirurgia que combina o tratamento de desvio do septo com a correção de defeitos estéticos do nariz. Quando existe a indicação dos dois procedimentos, o ideal é que sejam realizados em uma mesma cirurgia. Os resultados do pós-operatório costumam ser muito melhores, tanto da parte estética quanto da parte respiratória.
A correção de desvio de septo é indicada quando o desvio prejudica a respiração de uma das narinas, ou dos dois lados no caso de desvios mais acentuados e sinuosos. É raro encontrar uma pessoa que tenha o septo totalmente reto, mas isso não significa que qualquer desvio mereça correção – o grau do desvio e a sua localização que determinam a indicação. Em geral, quanto mais anterior for o desvio de septo, próximo das narinas, mais obstrutivo ele é, pois esta área é mais estreita (dita área de “válvula nasal”). Estes desvios mais anteriores, principalmente quando localizados na ponta do nariz, podem também causar a “ponta nasal caída”. Nestes casos, a correção, além de melhorar a parte funcional, deixa a ponta nasal mais projetada ou arrebitada, o que é um efeito esteticamente desejado, principalmente nas mulheres.
Toda mudança estética deve ser avaliada individualmente, de acordo com as expectativas da pessoa e da possibilidade do resultado desejado. As maiores queixas são relacionadas à ponta nasal, em geral caída e grande, o dorso ósseo, em geral elevado formando o que chamamos de giba ou calo ósseo, e o nariz largo. Lembrando que tudo deve ser discutido para que o resultado seja harmonioso.
A cirurgia não deve ser indicada quando o desvio de septo não é obstrutivo ou quando a causa da obstrução nasal é outra. A rinite é uma doença muito comum e que pode dar a sensação de nariz “entupido” por causa do aumento dos cornetos nasais, dita “carne esponjosa”. Nestes casos, é fundamental fazer um tratamento adequado da rinite com medicamentos antes de se indicar cirurgia. Se for recomendada a cirurgia do septo, em geral se associa um procedimento para redução do volume dos cornetos, a turbinectomia.
Quanto à parte estética, ter expectativas reais da cirurgia é fundamental para o sucesso. Cada pessoa é diferente e o planejamento da cirurgia deve levar em conta as características do rosto e da pele da pessoa, caso contrário o resultado fica artificial. Não devemos comparar pessoas entre si, apenas o momento atual da pessoa com o que pode ser mudado. Se a pessoa apresentar uma distorção corporal, ou seja, uma visão irreal da sua aparência física, o procedimento não deve ser realizado até tudo estar esclarecido.
O pré-operatório
No pré-operatório, o médico deve esclarecer todas as dúvidas do procedimento. São tiradas fotos para estudo das técnicas cirúrgicas e acompanhamento pós-operatório. Pode ser necessário exame de tomografia da face para avaliar as estruturas internas.
Como qualquer cirurgia, são solicitados exames gerais de sangue (incluindo testes de coagulação) e eletrocardiograma. A avaliação com um clínico geral ou cardiologista é importante e, conforme esta avaliação, podem ser necessários exames adicionais.
Como funciona a cirurgia?
A cirurgia pode ser feita de forma aberta ou fechada. Na via aberta, é feita uma incisão na pele e descolado o nariz. Esta via é preferida quando são necessárias correções mais complexas, porque o cirurgião tem melhor visualização das estruturas nasais. Em geral, o corte é muito discreto, quase imperceptível com a cicatrização.
Na forma fechada, a incisão é feita dentro do nariz, sem pontos externos. Esta incisão é preferida quando os problemas são mais fáceis de corrigir ou quando a pessoa tem histórico de problemas de cicatrização da pele.
Das duas formas, a cirurgia em geral começa com a correção do desvio de septo. A cartilagem desviada removida é usada como enxerto para remodelar a parte estética. Os passos realizados pelo médico variam conforme o que se pretende modificar. São feitas correções como retirada da giba óssea, estreitamento ou alargamento do dorso nasal (no caso de nariz estreito) e remodelamento da ponta nasal. A ponta nasal, por ter estruturas delicadas, requer mais cuidados da parte do cirurgião.
Pós-operatório
O pós-operatório da rinosseptoplastia costuma ter dor leve a moderada, que é resolvida com analgésicos. Uma queixa comum é a sensação de nariz entupido, devido ao inchaço das estruturas nasais internas pela manipulação durante a cirurgia. A dificuldade respiratória tende a melhorar na primeira até a segunda semana. É importante fazer uma boa limpeza nasal, várias vezes ao dia, para evitar acúmulo de secreções que possam infeccionar.
Existe também inchaço da parte externa e, dependendo do caso, a presença de hematomas. O inchaço da face demora mais tempo para regredir. Esperamos de seis meses até um ano para completa regressão do inchaço, mas com 1 a 2 meses já podemos visualizar o nariz bem delineado.