Quinta-feira, 18 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de agosto de 2019
A demissão do subsecretário-geral da Receita Federal, João Paulo Fachada, confirmada nesta segunda-feira (19) pelo Fisco, deve fazer o governo desistir de transformar o órgão em autarquia, como chegou a ser estudado pela equipe econômica.
Segundo uma fonte próxima ao ministro da Economia, Paulo Guedes, a troca na cúpula vai ajudar a “baixar a pressão” externa sobre o órgão. Assim, perdeu força a ideia de fazer uma reestruturação completa.
Até a semana passada, o governo federal avaliava dividir a Receita em duas estruturas. A área de fiscalização se transformaria em uma espécie de autarquia, dirigida por um técnico de carreira e com mandato fixo. Nesse desenho, Marcos Cintra, atual chefe do Fisco, passaria a comandar apenas o setor responsável pela formulação de políticas econômicas, como a reforma tributária.
Com a saída de Fachada, a chamada “solução institucional” para a crise perdeu fôlego porque, na avaliação do governo, atrasaria o encaminhamento da reforma tributária. Apesar de ser o número dois, era Fachada quem tocava, de fato, o dia a dia da Receita, enquanto Cintra sempre dedicou mais energia ao debate sobre a reforma tributária. Por isso, ele era tido como alvo das críticas de autoridades insatisfeitas com procedimentos usados pelos auditores responsáveis pela fiscalização.
Nas últimas semanas, integrantes dos Três Poderes criticaram o que consideram “excessos” do Fisco. Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Globo nos últimos dias, outros subsecretários também estariam na mira dessas autoridades.