Quinta-feira, 25 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Como diplomatas norte-coreanos e prostitutas tailandesas movem o milionário negócio que ameaça rinocerontes de extinção

Compartilhe esta notícia:

Animais voltaram a correr risco de extinção. (Foto: Reprodução)

Prostitutas tailandesas, bandidos do Vietnã, super-ricos da China e a população humilde de Moçambique; ex-policiais da África do Sul e diplomatas da Coreia do Norte: esses são apenas alguns dos personagens envolvidos na complexa rede de tráfico de chifres de rinoceronte.

De 2007 a 2014, a caça ilegal desses animais para retirar seus chifres cresceu cerca de 9.000%. Hoje, a sobrevivência dos rinocerontes está ameaçada pelo crime organizado.

Para se ter uma ideia do tamanho da tragédia, em 2007, foram 13 rinocerontes mortos na África do Sul. Em 2014, esse número tinha subido para 1.215.

A morte destes animais atende a um mercado milionário e, com a crescente demanda, as redes de contrabandistas seguem a estrutura típica das “novas máfias” do mercado global. Quando dizemos a palavra “máfia”, o que vem à mente são figuras como a do ator Marlon Brando (1924-2004) no papel de Don Corleone em “O Poderoso Chefão”, ou o personagem Tony Soprano na série que leva o nome de sua família.

Mas a verdade é que, no começo da década de 1990, os mafiosos aposentaram o terno risca-de-giz e os charutos e começaram a se adaptar ao novo mundo globalizado. As novas máfias são tão opacas quanto quaisquer corporações multinacionais, têm negócios espalhados por vários países e usam operações complexas de lavagem de dinheiro.

Por isso, antes de falar sobre o tráfico de rinocerontes, é preciso explicar como agem os “novos mafiosos” do crime organizado transnacional.

As “franquias” mafiosas

As novas máfias, muitas vezes, funcionam como “franquias”. Mark Galeotti, da Rússia, é um especialista em crime transnacional e segurança. Um dos grupos criminosos mais poderoso no país dele é a máfia dos chechenos – a maioria dos membros, como o nome sugere, veio da antiga república soviética da Chechênia. “O nome ‘máfia chechena’ virou uma marca, uma franquia. Uma espécie de ‘McMafia’, pode-se dizer”, comenta Galeotti.

O nome é uma referência à franquia de lanchonetes McDonald’s, com restaurantes no mundo todo.”Eles emprestavam o nome para milicianos de várias cidades, mediante pagamento, e desde que esses ‘franqueados’ mantivessem sua palavra. Se um grupo se dissesse ligado aos chechenos e deixasse de cumprir uma ameaça a alguém, por exemplo, isso estaria ‘desvalorizando’ a marca deles. Os donos do nome viriam atrás”, conta Galeotti.

O modelo surgiu na Rússia dos anos 1990, mas agora se espalhou mundo afora —e por todo tipo de atividade criminosa. Operações similares são usadas pelos traficantes de drogas da Colômbia e por cartéis do Vietnã especializados em comercializar animais ameaçados de extinção.

Nos últimos 20 anos, surgiram também Estados mafiosos —países onde o poder público está nas mãos de políticos e altos burocratas com aparentes vínculos ao crime organizado. Críticos acusam a Rússia sob Vladimir Putin de ser um Estado mafioso, assim como a Coreia do Norte.

No caso do regime comandado por Kim Jong-un, dizem os críticos, há uma razão objetiva: o país está quase totalmente desligado do sistema financeiro internacional. Por isso, enquanto estiver sob sanções de outros países, a única forma de a Coreia do Norte obter moeda forte (como dólares ou euros) é lançando mão de meios ilegais.

Do fim dos anos 1980 até por volta de 2008, autoridades africanas e de países como a China e o Iêmen pareciam estar perto de erradicar o comércio de chifre de rinoceronte, assim como o de presas de elefante.

No Iêmen, os chifres são esculpidos e usados como cabo de um tipo tradicional de adagas, conhecido como jambiyas. Essa demanda era maior nas décadas de 1970 e 1980, e, embora ela ainda exista, não se compara com os preços mais altos oferecidos na China.

Até algum tempo atrás, as populações de elefantes e rinocerontes na África estavam crescendo a um ritmo saudável. Algumas das espécies desses animais tinham deixado a lista de ameaçados de extinção. Até que, por volta de 2008, o número de rinocerontes mortos por seus chifres começou a crescer de forma exponencial.

Hoje, o chifre de rinoceronte é uma mercadoria mais valiosa que a cocaína, a heroína e o ouro. Dependendo do mercado, as raspas do chifre podem custar de US$ 25 mil a US$ 60 mil por quilo (algo como R$ 200 o grama).

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Gorila é morto após arrastar menino de 4 anos dentro de sua jaula
Servidores pedem saída de ministro da Transparência
https://www.osul.com.br/como-diplomatas-norte-coreanos-e-prostitutas-tailandesas-movem-o-milionario-negocio-que-ameaca-rinocerontes-de-extincao/ Como diplomatas norte-coreanos e prostitutas tailandesas movem o milionário negócio que ameaça rinocerontes de extinção 2018-03-31
Deixe seu comentário
Pode te interessar