Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de outubro de 2019
De olho na crise entre o presidente Jair Bolsonaro e o PSL, outros partidos e líderes políticos já se articulam para recrutar parlamentares da legenda. O Podemos negocia a filiação de cinco deputados federais do PSL. Os governadores do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e de São Paulo, João Doria (PSDB), são outros polos de atração para quem debandar da sigla do presidente da República. As informações são do jornal O Globo.
A deputada Alê Silva (PSL-MG) confirmou que fará a mudança para o Podemos e alegará, como justificativa, as ameaças de morte que teria sofrido após revelar detalhes do suposto esquema de candidaturas laranjas em Minas Gerais.
“Estamos negociando com cinco deputados do PSL. O PSL está dividido”, disse o líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO).
Em São Paulo, o PSDB, que já levou o deputado Alexandre Fota, pode repetir o movimento com a deputada Joice Hasselmann, que pretende deixar o PSL se não tiver legenda para ser candidata a prefeita. O governador João Doria vem trocando farpas com Bolsonaro nos últimos meses. Na sexta-feira, os dois estiveram juntos num evento de formação de sargentos da PM de São Paulo. Doria foi vaiado por apoiadores do presidente ao ter seu nome anunciado.
No mesmo evento, o senador Major Olímpio (PSL-SP) acusou o grupo mais ligado a Bolsonaro de conspirar contra o PSL.
“Ficou mais que notório que quem estava por trás era um ex-ministro do TSE (Admar Gonzaga) e uma advogada espertalhona, Karina Kufa. Trabalhando nos bastidores. Infelizmente com o filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, que promoveu tudo”, apontou, dizendo que gostaria de ver o senador Flávio Bolsonaro fora do partido.
Eduardo Bolsonaro rebateu o senador, dizendo que “roupa suja se lava em casa” e que o PSL deveria discutir os assuntos internamente.
Na sexta-feira, Bolsonaro veio ao Rio e esteve com Witzel, com quem mantém relação conturbada. Os dois se evitaram num evento em Itaguaí. Witzel está disposto a abrir as portas do PSC para insatisfeitos no PSL. Os deputados estaduais Rodrigo Amorim e Gil Viana são os mais próximos ao governador no PSL.
Há um mês, quando a maioria da bancada do PSL na Alerj se recusou a cumprir a ordem de Flávio Bolsonaro de deixar o governo Witzel, o governador falou sobre o interesse de receber no PSC eventuais dissidentes do bolsonarismo.
“Não posso impedir ninguém de se desfiliar (do PSL) nem de se filiar ao PSC. São deputados comprometidos com a pauta que eu defendo”, disse, à época.