Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de dezembro de 2016
O ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira confessou ao juiz federal Sérgio Moro nesta quarta-feira (14), que o PT – e os outros partidos políticos – trabalha com recursos não contabilizados. Réu da Operação Lava-Jato, preso desde 23 de junho, Ferreira foi interrogado na Justiça Federal em Curitiba (PR). Ele disse que “negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é negar o óbvio”.
Ferreira foi preso na Operação Abismo, 31º desdobramento da Lava-Jato – neste caso, além do ex-tesoureiro, outros 13 investigados são réus. O petista é acusado do recebimento de propinas nas obras do Cenpes (Centro de Pesquisas e Desenvolvimento da Petrobras).
Durante o interrogatório, nesta quarta-feira, o juiz perguntou ao ex-tesoureiro. “O Partido dos Trabalhadores comumente tem feito declarações públicas de que eles não trabalham com recursos não contabilizados. Salvo engano, na minha compreensão, o sr. está afirmando algo diferente, que havia esses pagamentos, inclusive aqui na sua própria campanha. O sr. saberia explicar essa contradição?.”
Ferreira respondeu. “É um problema da cultura política nacional, dr. Moro. Eu não estou aqui pra mentir pra ninguém. Estou aqui pra ajustar alguma dívida que eu tenha, minha disposição aqui é essa.”
Em seguida, declarou. “Negar informalidades nos processos eleitorais brasileiros de todos os partidos é, na minha opinião, negar o óbvio.”
Moro perguntou. “Inclusive no Partido dos Trabalhadores, na sua campanha?.”
“Exatamente”, admitiu Ferreira.
(Fausto Macedo e Julia Affonso/Agência Estado)