Terça-feira, 01 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2019
Integrante da Comissão de Anistia, o general Luiz Rocha Paiva criticou a nomeação de Eduardo Bolsonaro para a embaixada do Brasil em Washington, cogitada por Jair Bolsonaro. “A nomeação do filho para embaixador nos EUA é uma péssima ideia e uma irresponsabilidade política indesculpável para quem prometia um governo pautado, também, pela ética”, afirmou Rocha Paiva. As informações são da coluna de Guilherme Amado, da revista Época.
Segundo Rocha Paiva, a decisão de Bolsonaro seria um “suicídio de reputação”. “Existe um livro chamado Assassinato de Reputações, de Romeu Tuma Júnior. Vejo nessa atitude algo como um suicídio de reputação”.
Contra a indicação
A bancada do PSOL na Câmara dos Deputados foi à PGR (Procuradoria-Geral da República) contra a indicação de Eduardo Bolsonaro para embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
Em representação protocolada na sexta-feira, os deputados alegaram que a indicação é “ilegal e imoral”.
A atuação de Eduardo Bolsonaro em temas internacionais foi chamada de “pífia”, “extremamente limitada” e “inconstitucional”.
“No caso dos embaixadores brasileiros nos EUA, vale ressaltar, décadas de experiência diplomática prévia são o padrão constatável”, disse a representação, que apontou “acintoso contraste” com o currículo de Eduardo Bolsonaro.
“Nas redes, revelou, inclusive, seu despreparo comunicativo, cometendo erros crassos na interpretação do idioma espanhol, por exemplo”, seguiu o documento, contrapondo a declaração de Jair Bolsonaro de que o filho fala inglês e espanhol, como justificativa para a indicação.
Assinaram a representação os deputados: Ivan Valente, Fernanda Melchionna, Áurea Carolina, David Miranda, Edmilson Rodrigues, Glauber Braga, Luiza Erundina, Marcelo Freixo, Sâmia Bomfim, e Talíria Petrone.
Ação popular
Dois advogados entraram na sexta-feira com uma ação popular na Justiça Federal no Distrito Federal pedindo que Jair Bolsonaro seja impedido de nomear seu filho Eduardo Bolsonaro como embaixador em Washington.
No entendimento dos advogados Bertoldo Klinger Barros Rego Neto e Aidil Lucena Carvalho, a indicação violaria os princípios da moralidade e da impessoalidade e que é notório que Eduardo “não possui qualificação técnica específica para ocupar o cargo de embaixador”.
“Pede-se a antecipação dos efeitos da tutela constitucional popular para que, desde logo, se determine ao Presidente da República a abstenção de nomear o Sr. Eduardo Bolsonaro para o cargo de embaixador nos EUA”, afirmaram os advogados no documento.
A ação também afirma que a espera foi premeditada. “Não restam dúvidas, assim sendo, que o Presidente da República premeditou e aguardou que o filho completasse a idade mínima necessária para, então, divulgar a sua clara intenção de nomeá-lo como embaixador nos EUA.”