Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de setembro de 2019
Em comunicado oficial, 230 fundos de investimento, que juntos administram R$ 65 trilhões, estimularam o Brasil a adotar medidas capazes de proteger a floresta amazônica contra o desmatamento que vem crescendo. O grupo envolve gestores ligados a grandes instituições como grupo Mitsubishi, HSBC e BNP Paribas.
Em nota divulgada nesta quarta-feira (18) o grupo diz estar preocupada com o impacto financeiro que o desmatamento pode ter sobra as empresas investidas “aumentando potencialmente os riscos de reputação, operacionais e regulatórios. Considerando o aumento das taxas de desmatamento e os recentes incêndios na Amazônia, estamos preocupados com o fato de as empresas expostas a desmatamento potencial em suas operações e cadeias de suprimentos brasileiras enfrentarem uma dificuldade crescente para acessar os mercados internacionais”, diz um trecho da nota
Outra parte da nota cita que “como investidores, que têm o dever fiduciário de agir no melhor interesse de longo prazo de nossos beneficiários, reconhecemos o papel crucial que as florestas tropicais desempenham no combate às mudanças climáticas, na proteção da biodiversidade e na manutenção dos serviços ecossistêmicos”.
E continua “O desmatamento na região pode potencialmente aproximar perigosamente todo o ecossistema de um ponto de inflexão, após o qual a floresta tropical não será capaz de se manter, gradualmente se transformando em um sistema mais parecido com a savana, muito mais seca, menos biodiversa e que armazena significativamente menos carbono”, destaca o texto.
Esses fundos constituem o equivalente a 9,5 vezes do valor do PIB brasileiro de 2018. Entre eles está a gestora britânica Aberdeen, que tem sob sua gestão € 562 bilhões (R$ 2,52 trilhões), segundo publicação da empresa europeia IPE, de junho deste ano. Ela possui participação na BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, e em outras empresas do país. O grupo também conta com a presença da francesa Amundi, maior fundo europeu, que tem sob sua administração € 1,4 trilhão (R$ 6,34 trilhões) e figura entre os dez maiores gestores do mundo.
Em declarações atuais, o presidente, Jair Bolsonaro (PSL) tem negado ou minimizado as mudanças climáticas e o desmatamento ilegal, além de rechaçar críticas vindas de países como França e Alemanha.