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Mundo Historiadora é primeira mulher negra candidata a primeira-ministra de Portugal

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Presença de Joacine Katar Moreira como liderança de um partido impulsionou o debate racial no país. (Foto: Reprodução/Facebook)

Com doutorado em estudos africanos e um longo histórico de militância contra o racismo, a historiadora Joacine Katar Moreira, de 37 anos, é a primeira mulher negra a concorrer ao cargo de premiê em Portugal.

Primeira na lista do partido Livre, pequena legenda de esquerda que ainda não tem representação parlamentar, Joacine, segundo as pesquisas de intenção de voto, não tem chances de chefiar o Executivo, embora alguns dos levantamentos indiquem que é possível que seja eleita deputada no pelito que ocorre neste domingo (06).

Atualmente, só há um negro entre os 230 legisladores portugueses. Nascida na Guiné-Bissau, Joacine mudou-se com a família para Portugal aos oito anos. Além de negra e estrangeira, ela tem uma espécie de gagueira severa. Sua presença nos debates e entrevistas normalmente é acompanhada de uma enxurrada de comentários racistas e depreciativos nas redes sociais.

Alvo frequente de fake news, a candidata chegou até a ter sua deficiência questionada na campanha.  “Nunca na minha vida pensei que viveria para provar que a minha gaguez, que já me fez passar por tanto, é uma realidade.” Embora reconheça o potencial disruptivo de sua campanha, Joacine rebate críticas de que estaria “se aproveitando da condição de negra” para ganhar votos.

“É de uma ironia absurda que alguns indivíduos estejam revoltadíssimos com o fato de eu me autoidentificar como uma mulher negra. Eu, que andei a minha vida inteira sem ter hipótese de me esquecer de que eu era de origem africana. Não se passava um dia sem que as pessoas me perguntassem: ‘És de onde’?”, disse.

A presença de uma mulher negra pela primeira vez como cabeça de lista de um partido ajudou a trazer para a agenda política portuguesa a questão racial, ainda pouco discutida no país. “Eu não faço parte só de minorias, sou também de muitas maiorias. Eu faço parte de uma grande maioria de indivíduos que têm salários baixíssimos”, diz ela.

“Da maioria de pesquisadores nas universidades que estão em absoluta precariedade laboral, da maioria de mulheres que não têm acesso imediato a áreas de visibilidade. Aqui é necessário que nós comecemos a relativizar o que é uma minoria e uma maioria.”

A candidata afirma que olhar para as reivindicações feministas, da comunidade LGBT e dos movimentos anti-racistas é uma maneira de reforçar a democracia na Europa. “O reforço democrático exige que qualquer indivíduo na Europa, qualquer indivíduo em Portugal, seja olhado como cidadão antes de ser olhado como imigrante, como refugiado etc.”, disse.

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