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Celebridades “Já recusei participar de comerciais milionários”, revela Letícia Sabatella

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"Sempre tive um constrangimento muito grande de me sentir na área vip", disse a atriz. (Foto: Reprodução)

Letícia Sabatella é dona de muitas vozes. Dá tom a vilãs e mocinhas de novelas, mas também sabe encarnar o jazz de Cole Porter e a MPB de Chico Buarque, todos presentes no setlist do show “Caravana Tonteria”.  Mas é com sua voz da vida real, suave e firme na mesma proporção, diz não gostar da produção e que prefere usar as roupas que trouxe numa mala. Tem receio de não se enxergar nas fotos. “É assim que ando na rua, gente”, disse a atriz, de 48 anos.

Conversa daqui, conversa de lá, uma escolha dela, uma escolha da equipe e fim de papo. A atriz reflete sobre as agressões que sofre por causa de seus posicionamentos políticos, a opção de não fazer campanhas publicitárias e a passagem do tempo. Confira!

O grande público conhece mais seu trabalho como atriz do que como cantora. Como a música surgiu na sua vida?

Letícia Sabatella: “Veio do colo de mãe e de avó. Na minha família de Minas [Letícia nasceu em Belo Horizonte], as mulheres costuravam, bordavam e cozinhavam sempre cantando. Na parte paranaense, meu avô ajudou a construir o teatro Guaíra, em Curitiba, e tínhamos um apartamento ao lado. Desde os 4 anos, ia a concertos de orquestra todo domingo”.

De onde vem sua veia ativista? Seus pais tinham atuação política?

“Tenho sensibilidade desde criança. Meu pai e minha mãe sempre me ensinaram a cuidar da natureza, mas não eram do MST [risos] . Ninguém participava de movimento social. Isso foi um mergulho meu. Na adolescência, fui tentando entender a questão ambiental, o massacre indígena e comecei a pensar numa sociedade mais justa. Não queria me sentir inferior ou superior a ninguém. Tive uma formação humanística da minha família, mas a consciência cidadã não veio dela. E o fato de ser uma pessoa pública aprofundou minha responsabilidade. Não dava para sair vendendo qualquer coisa, enriquecendo, lucrando, sabendo que existem trabalhos escravos por trás”.

Por isso você não faz publicidade?

“É. A partir do momento em que escolhi falar sobre coisas difíceis de serem ouvidas, percebi que não podia inflacionar minha palavra. Não ia sair vendendo um monte de coisa com o mesmo sorriso”.

Você tem ideia de quanto dinheiro deixou de ganhar?

“Nem penso nisso, mas já recusei comerciais milionários. Sempre tive um constrangimento muito grande de me sentir na área vip”.

Tinha vergonha de ser bonita e famosa?

“Confesso que tive. A visibilidade veio quanto tinha 20 anos e me sentia péssima, despreparada para aquele lugar. Fiquei constrangida por estar sendo incensada. Queria dar conta de ser uma boa atriz antes de enriquecer. Fiz muita coisa de graça. Não recebi nada pelo documentário “Hotxuá” [filme dirigido por ela sobre a tribo indígena Krahô]. Fiz muita contrapartida social e isso me trouxe paz de espírito”.

Que marcas ficaram daquele episódio de 2016 em Curitiba, quando foi hostilizada numa manifestação?

“Estou processando as pessoas que aparecem no vídeo e que foram identificadas. Sinceramente, não senti medo e sim pena. Claro que meu coração disparou depois. Fiquei muito sensibilizada em casa, com crise de arritmia, e fui parar no hospital. Mas, no momento, era tudo tão absurdo que fiquei zen”.

Na época, Alexandre Frota, que hoje é deputado federal pelo PSL, também a atacou verbalmente por causa do episódio…

“Não respondo a ele. Só fala impropérios, xingamentos e mentiras. Nunca me viu pessoalmente. Acho ele um blefe”.

Você é a favor do aborto? Já fez algum?

“Sofri um aborto espontâneo, depois do nascimento da Clara, e foi bem ruim. Fiquei um ano me sentindo muito mal. Mas sou a favor da descriminalização. Temos que dar condições pessoais e ambientais para as mulheres terem filhos. Somos uma sociedade abortiva e, sendo assim, não podemos criminalizar quem faz”, destacou.

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https://www.osul.com.br/ja-recusei-participar-de-comerciais-milionarios-disse-leticia-sabatella/ “Já recusei participar de comerciais milionários”, revela Letícia Sabatella 2019-05-18
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