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Geral Longas filas em frente às farmácias marcaram o primeiro dia da venda de maconha no Uruguai com a aprovação da lei

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Pessoas queriam comprar as duas variedades que o governo colocou no mercado. (Foto: Reprodução)

Usuários cadastrados para comprar maconha para uso recreativo esgotaram os estoques das quatro farmácias de Montevidéu registradas no Ircca (Instituto de Regulamento e Controle de Cannabis) do Uruguai na quarta-feira (19), o primeiro dia de vendas da substância nesses estabelecimentos. As quatro drogarias da capital uruguaia confirmaram à Agência EFE que venderam toda a maconha que tinham. Em algumas delas, o produto acabou apenas algumas horas depois de as lojas serem abertas.

As farmácias amanheceram com longas filas formadas por pessoas que queriam comprar as duas variedades que o governo do Uruguai colocou no mercado, chamadas de Alfa I e Beta I. Ainda que os dois tipos tenham algumas diferenças de composição, a porcentagem de psicoatividade de ambos é de 2%. As embalagens, de cinco gramas de cannabis cada, incluem uma série de recomendações e indicações para os usuários.

A aquisição em farmácias é uma das três formas para comprar maconha previstas na lei aprovada em dezembro de 2013 no Uruguai, no governo do ex-presidente José Mujica. Os uruguaios também podem cultivar a planta ou comprá-la em clubes de cultivo. Fontes de um dos estabelecimentos não souberam informar quando os estoques de maconha serão repostos.

Qualidade

“Parece ser uma maconha de boa qualidade, mas não com um alto nível de efeito psicoativo. No Uruguai se produz cannabis com até 20% de THC, o que é muito alto”, apontou o jornalista Tomer Urwicz, do “El País”, que diz que hoje o país vive uma mistura de sentimentos: “Vi muitas pessoas alegres, cantando nas filas, e até uma mulher chorando de emoção. Mas é verdade que socialmente a situação não foi bem aceita”.

Na opinião do jornalista Guillermo Garat, autor do livro “Maconha e outras ervas”, “hoje (quarta-feira) foi um dia histórico, porque há 88 anos não se vendia maconha nas farmácias uruguaias”. Garat lembrou que a venda era livre até 1929, ano em que seu país ratificou a Convenção de Haia sobre o assunto.

“Para mim, são produtos de boa qualidade, bem cultivados (duas empresas venceram a licitação do governo). Mas pode ser que você não tenha aquela super viagem de outras maconhas. A maconha que se distribui nos clubes é mais forte”, argumentou Garat. Ele acredita que outras 20 farmácias se unirão à iniciativa nos próximos meses.

“Nesta história foi fundamental a vontade política de Mujica e de seu movimento social. Mas também o apoio de todos os partidos políticos, sem o qual não teríamos chegado até aqui”, ressaltou.

Quando lançou sua proposta, o ex-presidente, hoje o senador mais importante do Parlamento uruguaio, assegurou que seu principal objetivo era combater o narcotráfico. Para Garat, a meta será alcançada. “No ano passado a polícia apreendeu quatro toneladas de cannabis paraguaio. Hoje, a produção dos autocultivadores, clubes e das empresas que fornecem às farmácias já supera esse volume”, destacou o jornalista.

No interior do país, o clima foi bem mais tranquilo. O farmacêutico Miguel Taberne, da pequena cidade de Trinidad, departamento (estado) de Las Flores, disse ter trabalhado com “muita calma e num ambiente muito cordial entre todas as pessoas que entraram na farmácia”.

“Vendi uns 12 pacotes. Nosso estoque é pequeno porque a cidade tem apenas 15 mil habitantes. Aqui foi tudo na santa paz”, disse ele, que não teve qualquer problema com o software utilizado para identificar as impressões digitais dos compradores registrados. Já em Montevidéu, ocorreram algumas falhas isoladas.

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