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Política Michel Temer insiste, mas o presidente da Câmara dos Deputados resiste a votar a reforma da Previdência depois do carnaval

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Temer e Maia (D). (Foto: Reprodução)

O Palácio do Planalto e a Câmara dos Deputados entraram em rota de colisão por causa da nova tentativa do governo de votar a reforma da Previdência depois do carnaval. Enquanto o presidente Michel Temer quer votar o texto em tramitação, o deputado Rodrigo Maia acha que ainda não há votos suficientes para aprovar a proposta. E que se passar de fevereiro, só no próximo governo. Maia também diz não aceitar que a Câmara seja responsabilizada por eventual fracasso do governo. Se isso ocorrer, a Casa pode retaliar em outras votações.

A “reforma possível” de Maia teria que ser aprovada até fevereiro. “Depois disso, a agenda é eleitoral. Na Câmara, vamos passar a cuidar de projetos de ajuste econômico, da segurança jurídica e da segurança pública”, afirmou. A reforma da Previdência fica “para o próximo governo. Está sendo assim no mundo inteiro. Nenhum país fez reforma profunda de uma só vez”. “Eu sempre digo que o ideal é aprovar a reforma que saiu do governo, mas nós não temos votos para isso”, disse o presidente da Câmara, em café da manhã, ontem, com representantes da Associação Brasileira de Relações Internacionais e Governamentais.

“Nós temos que construir alguma solução que pelo menos ajude o próximo presidente da República a começar o seu governo sem um problema grave, tanto no teto de gastos como na regra de ouro”, afirmou. Maia deu a receita da “reforma possível” de ser votada. Primeiro é o tratamento igual para servidores públicos e privados. “O tema de se cobrar um pedágio dos servidores públicos”, explicou. O segundo é a idade mínima. “Apesar dos conflitos na cabeça da sociedade é [uma ideia] bem aceita”. Ao contrário de afirmações feitas por consultores do Fundo Monetário Internacional, segundo as quais pouco importaria se a reforma passa agora ou no próximo governo, o presidente da Câmara defende que “alguma reforma” deve ser deixada pelo Congresso.

“Depois, o próximo governo constrói na eleição um discurso verdadeiro com a sociedade, para implementar aquilo que um governo eleito com a maioria absoluta da sociedade terá condições de avançar com o apoio cívico e do parlamento”. Maia ressaltou que “o mito da Previdência está diminuindo. Não está diminuindo como a pesquisa do governo diz, mas está diminuindo”. De acordo com pesquisas em poder do deputado, cerca de 80% da população ainda acha que o governo tem outras formas para resolver o déficit previdenciário. Mas que “infelizmente” não há apoio na sociedade para uma reforma ampla. Ele criticou a campanha publicitária do governo para diminuir as resistências. “O governo tinha os meios, mas não soube como usar [a publicidade]”.

Na realidade, Maia vê uma possibilidade de a reforma passar em fevereiro, se os governadores de Estado se empenharem no processo. Ele tem sido procurado por governadores em dificuldades financeiras. “Os governadores precisam da reforma no serviço público, eles precisam dela mais que a gente [o governo federal]”, disse depois, em conversa com jornalistas.

O deputado afirmou que não vai aceitar que o governo responsabilize a Câmara, se a reforma da Previdência não for aprovada. O Palácio do Planalto e o Ministério da Fazenda fizeram isso quando a agência Standard & Poor’s rebaixou a nota brasileira na classificação de risco. O presidente da Câmara, na realidade, culpa o governo pelo esvaziamento de sua base de apoio parlamentar, que já esteve entre 330 e 340 votos e agora está circunscrita a algo em torno dos 250 deputados, graças à retaliação contra os deputados que votaram a favor da denúncia do presidente no Supremo Tribunal Federal. “Se tiver voto pra esse [o projeto do governo] ótimo, se tiver voto para outro [projeto mínimo], bom”, disse Maia a interlocutores.

“A questão não é o que a gente gostaria, é o que a gente pode. Não adianta ficar sonhando com coisas que não existem”. Para Maia, “ninguém vai morrer” se a reforma não passar. “O mercado já precificou”.

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