Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de maio de 2019
Após uma série de rusgas com o Congresso, o presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira (20) que não há crise institucional no País. Ele disse estar aberto ao diálogo com os parlamentares, mas passou recados aos líderes do Centrão.
O tom do discurso feito por Bolsonaro em um evento na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) foi o mesmo do texto distribuído pelo presidente a contatos no WhatsApp na sexta-feira (17). “Não há briga entre os Poderes. O que existe é fofoca”, afirmou.
Após líderes do Centrão acenarem com a possibilidade de votarem na Câmara uma proposta alternativa para a reforma da Presidência, Bolsonaro mandou um recado. “Nesse movimento [manifestações] espontâneo previsto para o dia 26, eles querem agilidade”, disse. “Se a Câmara e o Senado têm propostas melhores que a nossa, que coloquem em votação”, completou.
Na sexta-feira, Bolsonaro distribuiu para contatos no WhatsApp um texto, de autoria de um funcionário público filiado ao Novo, em que o País era descrito como “ingovernável” sem que o presidente faça “conchavos”. A mensagem causou desconforto entre líderes no Congresso.
O presidente também abriu uma crise com o Ministério Público, que obteve na Justiça a quebra de sigilos de 86 pessoas e nove empresas nas investigações do caso Queiroz. Entre os alvos, está o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente. Na última quinta-feira, durante visita aos Estados Unidos, Bolsonaro atacou os investigadores. Para ele, a apuração contra Flávio é uma forma de atingir o governo.
“Façam justiça! Querem me atingir? Venham pra cima de mim! Querem quebrar meu sigilo, eu sei que tem que ter um fato, mas eu abro o meu sigilo. Não vão me pegar”, disse.
O presidente fez um afago no ministro Santos Cruz, da Secretaria de Governo, alvo de uma onda de ataques da ala ideológica do Executivo – ligada ao escritor Olavo de Carvalho – nas últimas semanas. Ao cumprimentar os membros da sua equipe presentes no evento, Bolsonaro afirmou que Santos Cruz tem “uma função difícil que está sob sua responsabilidade em Brasília”.
O presidente ainda voltou ao tema em outro momento do discurso, onde garantiu ter “‘100% de confiança” nos integrantes do governo. “Imagina se não tivesse confiança em 100% dos ministros que indiquei? Como não conseguem nos derrubar por medidas, ficam o tempo todo metendo picuinha entre nós”, afirmou.
Bolsonaro chegou à solenidade no Rio acompanhado do presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, do governador do RJ, Wilson Witzel (PSC), e do prefeito Marcelo Crivella (PRB).