Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 28 de março de 2019
O presidente Jair Bolsonaro voltou a reconhecer publicamente nesta quinta-feira (28) que o ministro da Educação, Ricardo Vélez, “tem problemas” na gestão da pasta e afirmou que conversará com ele para buscar o ajuste necessário. Ele, no entanto, se negou a dizer qual será o futuro de Vélez. As informações são do jornal O Globo e da Agência Brasil.
“Eu não vou ameaçar nenhum ministro aqui publicamente. Vamos conversar e, se tiver qualquer coisa que não esteja dentro da normalidade, a gente acerta”, disse o presidente, após participar da cerimônia de entrega de comendas da Ordem do Mérito Judiciário Militar, no Clube do Exército.
Bolsonaro alegou a inexperiência de Vélez na política como causa dos problemas do Ministério da Educação, com demissões no alto escalão da pasta. “Ele tem problemas, sim, ele é novo no assunto. Não tem o tato político. Vou conversar com ele e tomar as decisões que tem que tomar”, afirmou.
O presidente negou a informação de que o ministro da Educação seria exonerado. Na noite de quarta-feira, ele já havia usado o Twitter para dizer que a demissão de Vélez não procedia.
“Não procede a informação de ontem, que ele teria sido exonerado. Jamais iria exonerar alguém por telefone. Já estávamos conversando com outros ministros. É Educação, né? Tem que dar certo no Brasil, é um dos ministérios mais importantes.”
No próximo sábado, dia 30, Bolsonaro embarca para uma viagem a Israel. Uma conversa com o ministério da Educação estaria programada para a volta do presidente ao Brasil, na próxima quinta-feira, segundo assessores palacianos.
O mandatário, no entanto, disse que há uma “fila de ministros” para ele conversar, e não apenas Vélez. “Quando eu voltar de Israel, tem uma fila de ministros para falar comigo. O ministério que teve algum ruído no passado sempre a gente busca conciliar e acertar, e estamos continuando nessa linha”, disse Bolsonaro.
Demissão
Ricardo Vélez disse na quarta-feira (27) que a demissão do presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Marcus Vinicius Rodrigues, foi devido a uma “puxada de tapete” feita por ele, ao ter assinado a portaria que adiava a avaliação da alfabetização prevista pelo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) para 2019.
“Essa demissão foi porque o diretor-presidente do Inep puxou o tapete. Ele mudou de forma abrupta o entendimento que já feito, pela preservação da Base Nacional Curricular, de forma a fazer as avaliações em comum acordo com as secretarias de educação estaduais e municipais”, disse o ministro durante audiência pública na Câmara dos Deputados.
Diante da polêmica, a portaria que adiava para 2021 a avaliação que seria feita em 2019 com os estudantes brasileiros foi anulada pelo ministro. Segundo ele, tal medida precisava ser mais debatida por sua equipe, não podendo ser adotada tendo por base apenas um parecer técnico – no caso, recomendação feita pelo secretário de Alfabetização do MEC, Carlos Nadalim.