Sábado, 11 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2019
“Não se engane com a cara de bom moço”, avisa Reynaldo Gianecchini sobre seu personagem Régis, de “A Dona do Pedaço”. Ele é um playboy falido que vive às custas do cunhado. E vai aceitar o plano de Josiane, interpretada por Agatha Moreira, para dar um golpe na mãe dela, a empresária Maria da Paz (Juliana Paes).
“Nem sei se ele é um vilão, sei que ele é um cara de caráter duvidoso, com certeza. Mas Régis é muito sedutor também, um cara muito legal com todo mundo. É gostoso fazer um personagem que tem nuances porque dá pra ir pra lugares que o mocinho geralmente não vai”, conta o ator ao portal de notícias G1.
Gianecchini quer trabalhar também seu lado cômico na trama e, para isso, tem contado muito com a parceria de Juliana Paes. Ele volta a contracenar com a atriz 20 anos depois de “Laços de Família”, que marcava a estreia dos dois atores nas novelas.
“Juliana é perfeita para esse papel, foi muito bem escalada. Ela tem o carisma que o personagem precisa e passa muito bem isso em cena. Então me alimento das características dela pra montar meu personagem”, revela o ator.
Ele torce para que o público goste do Régis: “O povo tem gostado dessas pessoas que não são tão politicamente corretas, nessa novela eu percebo que todo mundo é um pouco assim, nem tão bom nem tão mau”.
Com fama de galã desde o início de sua carreira, o ator paulista de 46 anos admite que está cada vez mais longe do rótulo.
“Tem uma tendência a distanciar quando você vai amadurecendo, ficando mais velho. Primeiro, porque já tem outros galãs mais jovenzinhos atrás, que está todo mundo pronto pra consumir. Outra coisa é que você vai saindo um pouco daquela ditadura da beleza”, justifica.
Gianecchini estava afastado das novelas desde o fim de “A Lei do Amor”, em 2017. Ele conta que vem buscando períodos mais longos de descanso desde que enfrentou um câncer, em 2011, e se submeteu a um transplante de medula óssea.
“Desde o transplante, resolvi dar uma desacelerada. Sempre trabalhei de domingo a domingo. Acabei ficando com vontade de não fazer nada às vezes. Depois de ‘A lei do amor’, pedi um tempo. A peça (‘Os guardas do Taj’, que estrela com Ricardo Tozzi) apareceu durante esse período. Não estava prevista, mas me apaixonei. Topei fazer e interrompi o ano sabático. Quero repetir isso outras vezes, morar fora do país, reciclar as ideias… Um off criativo. Agora me sinto muito bem para voltar, estou descansado e animado. Dei uma boa oxigenada.”
O ator afirma que, apesar da fase difícil por causa da doença, evitou ficar permanentemente preocupado com questões de saúde desde então:
“Passei a me cuidar melhor, a me alimentar melhor. Mas sou zero neurótico. A gente não tem controle sobre tudo e precisa entregar um pouco para o universo. Meu processo de entendimento foi muito bonito. Saí um cara mais inteiro e com menos medo. Brigo bastante com esse sentimento, porque ele paralisa.”
Na lista dos medos, envelhecer certamente não aparece, garante o ator. Aos 46 anos, ele garante que sua “convivência com o espelho está ótima”: