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Geral Cérebro dos idosos envelhece e uso de maconha acelera esse envelhecimento

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Para plantar a droga, os argentinos precisam se cadastrar em um programa nacional ligado ao Ministério da Saúde. (Foto: Reprodução)

Oito pesquisadores, liderados pelos professores Juan Helen Zhou, um neurocientista do programa de Neurociência e Transtornos Comportamentais e Michael Chee, diretor do Centro de Neurociência Cognitiva da Faculdade de Medicina da Universidade de Duke-NUS, em Singapura, examinaram o a arquitetura funcional do córtex cerebral de 57 jovens e 72 idosos e constataram que os mais velhos apresentaram perda da segregação funcional, isto é, a habilidade de encaminhar o processamento de determinados processos para regiões específicas e conectadas entre si, o que se traduziu em pior desempenho em todos os testes. Os idosos não tinham nenhum problema de saúde específico, eram apenas velhos.

O córtex cerebral é uma camada fina de substância cinzenta que recobre todo o cérebro. Recebe os impulsos de todas as vias de sensibilidade, interpretando e respondendo a essas informações. Controla os movimentos voluntários, mas também tem a ver com fenômenos psíquicos.

Cada participante idoso foi convidado a relaxar com os olhos abertos e permanecer imóvel enquanto eram realizados testes neuro-psicológicos de sua capacidade de concentrar a atenção, lembrar informações verbais e visuais, planejara e executar tarefas. Tudo acompanhado por medições da flutuação do nível de oxigenação do cérebro. Isso, duas a três vezes ao longo de quatro anos.

A comparação das imagens digitalizadas levou os cientistas a relacionar o envelhecimento saudável a mudanças na organização modular funcional do cérebro, acompanhada de perda de segregação funcional, particularmente nas redes mais especializadas. O próximo passo do trabalho será buscar estratégias que possam preservar a função cognitiva de quem envelhece.

Mas o que acontece com cérebros que apresentam problemas ou pertencem a indivíduos com determinados hábitos e envelhecem prematuramente? Uma resposta impactante saiu do maior estudo de imagens cerebrais conhecido, realizado pela equipe da Amen Clinics, do Google, da John Hopkins University, e dos centros da Universidade da Califórnia em Los Angeles e San Francisco.

A equipe liderada pelo fundador da clínica, o psiquiatra Daniel G. Amen, avaliou 62.454 tomografias computadorizadas de mais de 30 mil indivíduos entre nove meses e 105 anos. Cada paciente foi submetido às varreduras de emissão de fóton único, conhecidas pela sigla SPECT mais de uma vez. Esse procedimento registra o fluxo sanguíneo no cérebro. Os pesquisadores dividiram o cérebro em 128 regiões para prever a idade cronológica dos pacientes. E quando a idade apresentada pelos cérebros era maior que a idade real dos indivíduos, isso foi classificado como um caso de envelhecimento acelerado.

Muitos fatores podem provocar tal fenômeno. No topo da lista está a esquizofrenia, que acelera o envelhecimento cerebral em quatro anos na média. A esquizofrenia, que pode ser causada por fatores genéticos, uma perturbação mental caracterizada por comportamento social fora do normal e incapacidade de distinguir o que é ou não real. Mas o segundo lugar é claramente opcional: o abuso do uso da maconha acelera o envelhecimento em 2,8 anos. Em terceiro lugar, está o transtorno bipolar (1,6) e em quarto, o TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (1,4) anos. O abuso do álcool também causa esse envelhecimento, mas em escala menor: 0,6 anos em média.

O dr. Amen não mede as palavras ao definir os efeitos da cannabis sobre a saúde do cérebro: “A maconha foi uma das piores coisas para acelerar o envelhecimento. Nós suspeitávamos que o álcool e o cigarro fariam isso, mas a maconha era pior, de acordo com nosso estudo.”

Vale registrar que o psiquiatra não condena os programas de descriminalização da maconha, dizendo, com outras palavras, que uma coisa é uma coisa e outra coisa…outra coisa. Um dos psiquiatras mais populares dos Estados Unidos, Amen tem oito best-sellers nas livrarias. Change your brain, Change your Life (Mude seu cérebro, mude sua vida) mistura informação científica com dicas práticas. Amen sugere três maneiras de ajudar a minimizar o risco e proteger o cérebro: ame seu cérebro, preocupe-se com ele; evite qualquer coisa que o machuque – fumo, álcool, maconha, pressão alta, obesidade e diabetes – e desenvolva hábitos saudáveis, entre os quais exercícios, meditação e uma dieta com largo consumo de ácidos graxos ômega 3, presentes em peixes de águas profundas e linhaça, por exemplo. Mas uma resenha da obra publicada nos Estados Unidos aponta que 80% dos pacientes de sua clínica receberam medicação para tratar de seus problemas.

Psicóloga e neurocientista, a irlandesa Sabina Brennan é autora de 100 Days to a Younger Brain – Cem dias para um cérebro mais jovem, em tradução livre. Ex-atriz, que só foi estudar psicologia depois dos 40 e acabou se especializando em neurociência, ela faz palestras mundo afora e difunde conselhos que, garante, vão melhorar nosso desempenho mental, como dormir o suficiente, controlar o stress, manter o coração saudável, fechar a boca, exercitar-se. Reconhece que nada disso garante que você chegue à velhice com a cuca fresca, mas completa: ela mesma tem o hábito de fazer pausas no trabalho para fotografar os pássaros de seu jardim entre um texto e outro. E de passear com seus três cães, Dizzy, Daisy e Scruffy, que sempre a fazem sorrir – esta sim, assegura, sua dica favorita para a saúde do cérebro.

Enquanto você fica aqui, vou lá fora atrás dos pássaros… com um sorriso nos lábios.

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