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Colunistas O Chile e os fatos

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O povo tomou as ruas de Santiago. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

A crítica central da esquerda nos eventos de outubro no Chile aponta o dedo acusador para o modelo neoliberal adotado pelo país andino, durante a ditadura de Pinochet. O povo tomou as ruas de Santiago e das cidades chilenas para demonstrar seu profundo descontentamento com o status quo: o país foi levado a tal e insustentável situação, pelo uso e o abuso das práticas do neoliberalismo, na economia e nas políticas públicas.

Quando os autores falam de liberalismo e neoliberalismo, querem se referir à economia de mercado e à propriedade privada dos meios de produção. Chamá-lo de neoliberalismo, e os seus defensores de neoliberais, parece conter uma conotação depreciativa e agravar as contradições do velho e bom (ou mau, dependendo do interlocutor) capitalismo.

Há, porém um problema. É claro que o povo chileno tem suas razões para ir às ruas com tanta raiva, força e intensidade. Há um sentimento de desconforto, uma “malaise” social. Mas o Chile, com todas as disfunções existentes, é de longe o país mais próspero da América Latina. O povo chileno desfruta da maior qualidade de vida e está em posição de vantagem em quase todos os indicadores sociais e econômicos, em cotejo com os demais países do continente.

Os parâmetros em que o Chile está em situação mais confortável são numerosos. O salário mínimo do Chile é, em reais, de R$ 1.700, enquanto no Brasil é de R$ 998. A renda per capita (em paridade do poder de compra) é de U$ 25 mil dólares ao ano, enquanto a do Brasil é de U$ 16 mil.

O Índice de Desenvolvimento Humano-IDH é um conhecido resumo do estágio de desenvolvimento social e econômico, que reflete as dimensões de renda, educação e saúde de um país. O IDH do Chile é de 0,843, o 44º do mundo. O do Brasil é de 0,755, o 79º do mundo. A pobreza, que era de 38,6% no país andino em 1990, hoje é de menos de 8%.

A inflação do Chile é baixíssima, 2% ao ano. A economia está em contínuo crescimento. O índice de desemprego é da ordem dos 7,2%, enquanto no Brasil alcança o percentual de 12%. O Chile, dentre os 36 países da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico-OCDE, é o país que tem a maior mobilidade social: 23% dos chilenos que nasceram de uma família pobre ascenderam ao patamar da população de maior renda.

Então o que temos? Temos que os dados sociais e econômicos mais relevantes do Chile apontam com clareza para um estágio superior do país, em relação ao Brasil, que é a realidade que nos afeta e que nós conhecemos. Os chilenos vivem melhor, tem uma qualidade de vida superior aos brasileiros.

Se os chilenos protestaram em massa contra o governo, e se o problema do Chile é o neoliberalismo, como querem as esquerdas, então o neoliberalismo se mostrou mais eficaz para promover o desenvolvimento econômico, melhorar o nível de emprego e reduzir a pobreza, se comparado com o Brasil de Lula e Dilma.

Notem que não faço nenhum juízo de valor. Apenas replico aqui números e indicadores entre os dois países. Não são projeções de desejos e vontades. Não são teorizações vincadas de conteúdo ideológico. São fatos, apenas fatos.

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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