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Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2017
O mundo está envelhecendo rapidamente. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde), em 2050, 22% da população mundial terá mais de 60 anos. Os idosos são participantes ativos em suas famílias, comunidades e economias, mas as cidades brasileiras ainda não estão preparadas para recebe-los de forma adequada.
Em resposta ao crescimento da população idosa, para proporcionar um envelhecimento ativo e com qualidade de vida a todos, a OMS trabalha com a Rede Global de Cidades Amigas do Idoso. O projeto incentiva cidades a adaptarem suas estruturas e serviços para que sejam acessíveis e promovam a inclusão de idosos com diferentes necessidades e graus de capacidade funcional.
De acordo com a organização, o envelhecimento ativo é um processo que dura a vida toda, por isso, estas cidades não seriam apenas amigáveis aos idosos, mas a toda população.
Segundo o geriatra e coordenador do programa de medicina preventiva da MedSênior, Dr. Roni Makumal, é muito importante que os espaços públicos respeitem a autonomia do mais velhos. “Sabemos que a nossa infraestrutura não é pensada para idosos ou pessoas com dificuldade de locomoção. A altura do degrau do ônibus não é adequada, as calçadas e praças não incluem esta parte importante da nossa população. Toda a sociedade precisa se conscientizar sobre a terceira idade e cobrar os atores púbicos neste sentido, porque, neste ritmo, todos sofreremos com isso ao passar dos anos.”
A preparação para proporcionar bem-estar e qualidade de vida à terceira idade vai além de tornar o espaço físico acessível a todos. É importante que os serviços, a economia, a cultura e os locais de lazer também estejam aptos a atendê-los. “A gente defende que o cotidiano dos idosos seja o mais favorável possível a sua autonomia. Mas para isso, é necessário, por exemplo, mudar todo o sistema de saúde. É preciso uma abordagem mais específica”, avalia o Dr. Roni.
Planejamento
Como a sociedade ainda não está preparada para atender este grupo da melhor maneira, o planejamento individual é muito importante.
“Além de cuidar da saúde, o adulto deve pensar, com antecedência, em suas necessidades durante a terceira idade. Isso inclui avaliar se sua renda suportará possíveis gastos com saúde e, se necessário, poupar um pouco mais. Pensar em quem poderá o auxiliar em emergências, se a cidade em que vive tem uma boa infraestrutura para atendê-lo. Isso também vale para os familiares, que devem pensar na qualidade de vida dos seus membros mais velhos no futuro”, finaliza o especialista.