Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de junho de 2016
Uma das poucas mulheres à frente de associações de delegados no País, a gaúcha Nadine Anflor, 39 anos, diz que estupros coletivos como o registrado no Rio de Janeiro não são tão raros como se imagina. O medo dos vários agressores, disse, torna esse tipo de crime o mais subnotificado entre os casos de violência contra a mulher.
Anflor tem experiência no assunto. Antes de ser a primeira mulher a presidir a associação do setor no Rio Grande do Sul, ela coordenou todas as delegacias especializadas do Estado, que é referência no combate a esse tipo de delito. “Se a mulher tem medo de denunciar quando é estuprada por um homem, imagina por 30. Então, acho que a subnotificação é muito mais alta no caso dos estupros coletivos”, afirmou, referindo-se ao caso da jovem de 16 anos estuprada por 30 homens no Rio.
Anflor também defendeu a atuação do delegado Alessandro Thiers, afastado da investigação após ser acusado de conduta inadequada e machismo. Para ela, ele não pecou ao dizer que estava investigando a existência do estupro e fez as perguntas “de praxe” em depoimentos. O delegado foi tirado do caso após pedido de Eloisa Samy, então advogada da adolescente. Segundo Samy, ele teria perguntando à vítima se ela tinha por hábito fazer sexo em grupo. (BBC Brasil)