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Por Redação O Sul | 21 de agosto de 2019
O Ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles foi vaiado pelos participantes da Semana Latino-Americana e Caribenha sobre Mudança do Clima, realizada em Salvador (BA), nesta quarta-feira (21). Os protestos ocorreram quando a cerimonialista do evento o convidou para subir ao palco. As informações são do portal de notícias G1.
Além das vaias, alguns participantes da Semana do Clima exibiram cartazes, com frases como: “Floresta em pé” e “Mata Atlântica resiste”.
Este foi o terceiro dia do evento que segue até sexta-feira (23) e reúne participantes de 26 países.
O evento ocorre em meio à discussão sobre o aumento do desmatamento na floresta amazônica e aos anúncios de suspensão das doações da Noruega e da Alemanha ao Fundo Amazônia. Além disso, na segunda-feira (19), partículas oriundas da fumaça produzida em incêndios florestais nos estados do Acre e Rondônia e na Bolívia chegaram a São Paulo pela ação dos ventos, fazendo o dia virar noite.
Um pequeno número de pessoas aplaudiu o ministro do Meio Ambiente, durante a participação na Semana do Clima.
Decisões de Ricardo Salles
Organizado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), o evento foi alvo de polêmica três meses antes de sua realização, após o ministro anunciar o cancelamento da semana e, em seguida, voltar atrás.
Na época, Ricardo Salles falou que “não fazia sentido” o Brasil sediar um encontro para preparar a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (Cop 25), que não vai mais acontecer no Brasil.
Para Salles, sem a Cop 25, manter o encontro em Salvador seria uma “oportunidade” apenas para a turma “fazer turismo em Salvador” e “comer acarajé”.
“Vou manter um encontro que vai preparar um outro, que não vai acontecer mais no Brasil, por quê? Não faz o menor sentido, vai para o Chile! Vou fazer uma reunião para a turma ter oportunidade de fazer turismo em Salvador? Comer acarajé?”, afirmou.
Perguntado quem seria a ‘turma”, ele disse: “sei lá, o pessoal de sempre”.
Mudanças climáticas
Nesta quarta, o evento também contou com a presença do ex-ministro do Meio Ambiente do Peru e líder da ONG ambiental “World Wide Fund for Nature (WWF), Manuel Pulgar Vidal, do coordenador residente das Nações Unidas Niky Fabiancic e do diretor sênior de Política e Programa de Mudanças Climáticas da ONU, Martin Frick.
Para Martin Frick, há uma enorme preocupação com a segurança das florestas em todo o mundo.
“Claramente, as florestas desempenham um papel crítico na luta contra as mudanças climáticas. Então, é claro que estamos preocupados com a segurança das florestas em todos os lugares do mundo”, disse.
Para Frick, o desmatamento e as queimadas contribuem para o aquecimento global e, além de afetar as populações, agrava as mudanças climáticas.
“As mudanças climáticas estão afetando populações em todo o mundo, o desmatamento está acontecendo em todo o mundo. Está agravando as mudanças climáticas e afetando as populações”, disse.
“Estão ocorrendo enormes incêndios florestais na Ásia, e as pessoas estão reportando doenças respiratórias, e também estão agravando as mudanças climáticas”, concluiu Frick.