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Por Redação O Sul | 30 de maio de 2019
O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou nesta quarta-feira (29) a declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que teria mais poder do que o parlamentar por “ter a caneta” e ter a prerrogativa de editar decretos. Para Maia, não houve “maldade” na fala do chefe do Executivo federal.
“Ele fala da questão do decreto, na importância que um bom decreto tem na regulamentação de projetos de lei, não tem maldade nenhuma, não. Não vamos criar maldade onde não existe”, disse Maia. “Não vou ficar entrando em uma frase que eu sei qual foi o contexto que ele falou para mim e eu não vi maldade nenhuma. Vamos manter o ambiente distensionado, em que o brasileiro olhe para a gente e saiba que estamos preocupados em recuperar o País”, disse Maia.
Bolsonaro deu a declaração sobre o poder da caneta ao comentar, na terça-feira (28), o que foi dito no café da manhã que teve com os chefes dos outros Poderes. “Eu disse ao Rodrigo Maia: com a caneta eu tenho muito mais poder do que você. Apesar de você, na verdade, fazer as leis, né? Eu tenho o poder de fazer decretos. Logicamente, decretos com fundamento”, relatou o presidente.
Na reunião, da qual também participaram o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, foi proposto um pacto entre os Poderes “pelo crescimento do País”. Maia disse que só assinará o documento se tiver o aval das lideranças da Câmara.
“Vou discutir com deputados os textos para ver o que eu posso assinar em nome da Casa. Se tiver a maioria dos líderes, pelo menos, porque eu tenho que representar a maioria em um documento que seja assinado pela Câmara”, disse.
Maia esteve na Câmara por pouco mais de meia hora na manhã desta quarta porque Bolsonaro foi à Casa para acompanhar uma sessão solene em homenagem ao humorista Carlos Alberto de Nóbrega. O chefe do Executivo foi a pé do Palácio do Planalto ao Congresso.
De acordo com Maia, a visita de Bolsonaro ao Legislativo não havia sido confirmada previamente. “Havia a possibilidade, mas não estava confirmada”, disse. “Ele me ligou mais cedo e disse que vinha, mas veio rápido demais.”
Para Maia, o gesto mostra que há uma melhora no clima entre os mandatários. “É bom o presidente vir aqui, prestigiar o homenageado, a Câmara. A gente precisa mais de diálogo e proximidade do que de conflito. O Brasil está precisando”, afirmou.