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Geral Os príncipes encontram fora da nobreza as noivas que ajudam a aproximar o trono dos súditos

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A mulher do rei Felipe era divorciada e tinha uma carreira bem-sucedida como jornalista antes de conhecer o então príncipe das Astúrias. (Foto: Reprodução)

Quem não se interessa pela família real teve uma semana difícil na Inglaterra. Para todo lado que se olhava, lá estavam os rostos apaixonados do príncipe Harry e de Meghan Markle, a mais nova estrela da monarquia britânica. O país, que acompanha obsessivamente as alegrias e tristezas da vida do príncipe há 33 anos, celebrou a brecha aberta pela realeza — quase sempre distante da vida dos cidadãos comuns — para a entrada de uma estrangeira, divorciada, mais velha que o futuro marido, feminista e afro-americana. Mas casamentos com plebeias já não são novidade nas cortes europeias. Tentando se equilibrar entre a modernidade e o protocolo, outras mulheres têm ajudado a manter seus maridos firmes no trono ou rumo a ele.

Classe média

Elas não podem, no entanto, se arriscar muito, e o maior exemplo é Kate Middleton. A duquesa de Cambridge foi educada entre a elite britânica, mas não tem raízes nobres como os tradicionalistas desejavam para a mulher de William, herdeiro dos Windsor. Casada há sete anos, adaptou-se e calou os que não a consideravam à altura da mais poderosa aristocracia do mundo. Grávida do terceiro filho, não é moça de quebrar tabus. Está sempre elegantemente vestida, nunca demonstra tédio em público, não desce do salto nem quando a barriga pesa e fala pouco. Muito pouco. Tudo o que a rainha Elizabeth espera é que a mulher e mãe de futuros reis não cause controvérsias.

Para a escritora Marlene Koenig, autora de livros sobre a realeza britânica, a duquesa poderia ter feito mais para se destacar.

“Não acho que ela esteja rejuvenescendo a imagem da família real. Ela ainda não assumiu um papel em tempo integral e participa de poucos eventos sozinha. Só costuma pronunciar poucas palavras em público e não demonstra muita segurança”, critica Marlene, que vê Meghan como uma mulher mais preparada para fazer diferença, já que estará menos sujeita a restrições.

A história de Meghan tem semelhanças com a da rainha Letizia, embora a espanhola desempenhe um papel que a atriz americana nunca alcançará. A mulher do rei Felipe também veio de uma família de classe média, era divorciada e tinha uma carreira bem-sucedida como jornalista antes de conhecer o então príncipe das Astúrias. Na época, o rei Juan Carlos não vibrou com a escolha do filho, mas Letizia é hoje, 13 depois do casamento, uma figura popular. Ela tem ajudado a dar à realeza uma imagem mais humana após a crise que sacudiu o Palácio de Zarzuela com o escândalo de corrupção envolvendo o genro de Juan Carlos, Iñaki Urdangarin, marido da infanta Cristina.

As denúncias derrubaram os índices de aprovação da coroa espanhola, mas desde que Felipe foi coroado, em 2014, a popularidade voltou a subir para 70%. Para o historiador Charles Powell, autor de uma série de livros sobre a monarquia na Espanha, a rainha, de 45 anos, é peça crucial no processo de modernização. Powell, diretor do Real Instituto Elcano de Estudos Internacionais e Estratégicos, em Madri, tem acompanhado de perto o desempenho de Letizia. Mãe de duas meninas, seu trabalho social tem como foco principal a inclusão de crianças com deficiências ou que enfrentam doenças raras.

“Seu impacto tem sido muito positivo. Ela não era da aristocracia, era uma profissional, e isso mudou o funcionamento da casa real. Ela tem muita consciência da importância da opinião pública, sabe ser crítica e mantém a família conectada à realidade. Conhece a mídia e sabe usar muito bem as redes sociais. É um sopro de ar fresco. Para ela, o posto de consorte é um trabalho em tempo integral”, diz o historiador.

Mas mesmo assumindo um papel mais independente que sua sogra e antecessora, a rainha Sofia, Letizia não escapa de comentários sexistas sobre sua aparência, suas roupas, seu peso.

“Isso a incomoda”, confirma Powell, que acompanhou a rainha em sua recente visita à Inglaterra, onde ela foi definida pelos tabloides britânicos como a “Kate Middleton espanhola”. “É inevitável que se fale sobre o que está vestindo, sobre sua aparência, mas ela se sente frustrada porque é bem mais do que uma mulher bonita”, defende.

A argentina Máxima Zorreguieta é outra personagem da realeza europeia que tinha uma vida independente antes de se casar com um príncipe. O principal problema da atual rainha da Holanda, mulher do rei Willem-Alexander, não foi ser uma estrangeira, nem a ausência de sangue aristocrático, mas o passado de seu pai, Jorge Zorreguieta, ex-ministro do regime militar durante a brutal ditadura argentina. Ele não foi convidado para o casamento, em 2002, e tampouco assistiu à coroação da filha, em 2013. Formada em Economia e alta funcionária de bancos internacionais, conheceu o marido em Sevilha (Espanha). E nem o passado do pai impediu Máxima, de 46 anos, de conquistar os holandeses: é hoje o membro mais popular da casa real holandesa Uma de suas primeiras aparições como rainha foi numa conferência pelos direitos dos gays, em Haia (Holanda).

Sinal vermelho

Numa monarquia parlamentarista, a realeza não deve, no entanto, interferir em assuntos políticos, e nesse ponto as novas nobres sabem que não podem avançar o sinal. Esperar que Meghan Markle continue a criticar o presidente Donald Trump, por exemplo, seria utopia. Ela pode tentar, porém, mostrar sua voz sem sacudir o Palácio.

 

 

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