Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 19 de maio de 2016
Na tentativa de fazer um contraponto à gestão de Dilma Rousseff (PT), o presidente interino Michel Temer (PMDB) pretende fazer um esclarecimento público para mostrar o que a equipe do peemedebista chama de “inventário de problemas” herdado do governo anterior.
A ideia avaliada é apresentar a real dimensão do rombo fiscal do País, o quadro de dificuldade econômica de pastas e secretarias e elencar gastos e despesas sem receita feitos no apagar das luzes do governo petista. Os dados completos, encomendados a todos os ministérios, devem ser entregues a Temer até o final da semana.
Ao revelar o que aliados do presidente interino apelidaram de “herança maldita”, a intenção é criar uma espécie de vacina pública tanto às críticas da gestão anterior de que o peemedebista fará retrocessos em vitrines eleitorais petistas como às eventuais cobranças ao governo interino por uma recuperação rápida da economia.
O termo “herança maldita” era o mesmo usado pelo PT para se referir ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB). O formato do discurso ainda não está definido. Pode ser um pronunciamento, uma entrevista ou a divulgação de um relatório, mas a intenção é criticar as chamadas “pegadinhas fiscais” criadas pela gestão anterior.
O caso mais crítico, na visão da gestão Temer, é o rombo fiscal deixado pela petista. Na lista também está a autorização sem recursos para a construção de moradias e para a nomeação de conselheiros na área educacional, o empenho até maio de toda verba de publicidade programada para o ano e os atrasos no pagamento a consulados e no auxílio a diplomatas.
A proposta de fazer um discurso foi discutida nesta quarta-feira (18) em reunião entre o peemedebista e líderes da base aliada no Senado. Ele pretende mostrar que o rombo das contas públicas deixado pela presidente afastada é muito maior do que o previsto inicialmente. A equipe de Dilma deixou previsão de déficit de R$ 96,7 bilhões em 2016, mas a estimativa feita pela equipe de Temer é superior a R$ 150 bilhões.
A assessoria da presidenta afastada informou que a “desconstrução de políticas sociais, o atropelo à lei e ao Estado Democrático de Direito e a falta de legitimidade do governo provisório são a verdadeira herança maldita”. (Folhapress)