Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2016
A Esa (agência espacial europeia) terá foco em 2016 no projeto ExoMars, uma ambiciosa missão científica rumo a Marte que pretende responder a uma questão filosófica milenar: estamos sozinhos no Universo?
Em alguma data ainda não estabelecida nos próximos meses, a missão decolará da base russa de Baikonur em um foguete Proton-M que transportará em seu interior uma cápsula com um pequeno robô programado para coletar terra marciana e averiguar se o planeta vizinho pode abrigar vida.
Após um 2015 produtivo com o sucesso da aterrissagem da sonda Rosetta em um cometa e com o novo diretor-geral dos comandantes, o alemão Johann-Dietrich Wörner, a Esa se prepara para uma aventura em Marte que a Europa desenvolve em parceria com a Roscosmos (agência espacial russa) e que necessitará de 15 anos de percurso político, científico e industrial.
A ambiciosa missão vai custar 1,2 bilhão de euros para poder chegar ao planeta situado a 77 milhões de quilômetros da Terra e cuja órbita será alcançada nove meses após o lançamento.
Em 2018, a nave soltará uma pequena parte chamada Schiaparelli, que atravessará a atmosfera marciana com direção à região de Oxia Planum. A nave de 600 quilos freará com um paraquedas e ajustará a aterrissagem com pequenos jatos de propulsão. Em seguida, o veículo ativará painéis solares, estenderá seus apoios e descerá uma rampa pela qual passará um módulo com rodas e câmeras para explorar o terreno até encontrar um lugar propício para escavar.
Amostras.
Quando esse ponto for localizado, o robô usará uma broca para extrair uma amostra a 2 metros abaixo da terra, uma profundidade inédita em Marte, onde até agora a terra só tinha sido retirada a poucos centímetros da superfície, nunca no subsolo.
O robô se dedicará durante quatro dias a analisar essas amostras e enviar os resultados à nave matriz, que permanecerá por cinco anos na órbita de Marte pesquisando sobre seus gases atmosféricos.
O “rover” se tornará o quarto aparelho controlado a pisar em solo marciano (até então, todos eram da Nasa). A Esa e o Reino Unido já chegaram a Marte com o Beagle em 2003, mas o contato com o aparelho foi perdido ao entrar na superfície do astro porque dois de seus quatro painéis solares não conseguiram se desdobrar e bloquearam sua antena de comunicação.
Meta.
A primeira meta do ExoMars será provar que a Europa pode realizar uma aterrissagem controlada no planeta vermelho. A missão começará em um cenário de crescente interesse em relação a Marte, por onde atualmente sobrevoam sondas como a indiana Mangalyaan e a americana Maven, que já trouxeram notícias esperançosas.