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| Um terço da Humanidade não consegue ver a Via Láctea por causa da poluição luminosa

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Cientistas apontam que a poluição luminosa prejudica a saúde humana e provoca mais danos ao meio ambiente do que a poluição atmosférica. (Crédito: Reprodução)

Um novo atlas global da poluição luminosa publicado no periódico científico Science Advances indica que mais de um terço da Humanidade vive em lugares onde o brilho da iluminação artificial esconde a Via Láctea, o “rio” de estrelas que caracteriza nossa galáxia e domina as noites sem Lua.

O problema é maior em países ricos, como os membros da União Europeia e os Estados Unidos, onde, respectivamente, quase 60% e 80% da população não consegue mais ver a Via Láctea, mas também afeta nações pobres e em desenvolvimento, como o Brasil. Aqui, 62,5% das pessoas vivem em locais em que estão impedidas de observar nossa galáxia pela invasão das nossas luzes no céu. “Temos gerações inteiras de pessoas nos Estados Unidos que nunca viram a Via Láctea”, lamenta o pesquisador Chris Elvidge, do NOAA (Centro Nacional de Informações Ambientais da Administração Nacional para Oceanos e Atmosfera dos EUA) e um dos coautores do atlas. “Ela é grande parte de nossa conexão com o Cosmos, e foi perdida.”

Mais do que representar um incômodo aos astrônomos profissionais e amadores, porém, estudos apontam que a poluição luminosa prejudica a saúde humana, afeta nossos padrões de sono e provoca danos ao meio ambiente, em especial a animais de hábitos noturnos. E o problema é mais nocivo até do que a poluição atmosférica e a qualidade do ar, que recebem muito mais atenção dos governos e dos próprios habitantes das cidades.

De acordo com os dados do atlas, 83,2% das pessoas no mundo todo estão expostas a um nível já relativamente alto de poluição luminosa, sendo que 13,9% da população mundial vive em locais tão iluminados – com um brilho no céu acima de 3 mil mcd/m2 (microcandelas por metro quadrado) – que seus olhos não precisam mais atuar à noite na chamada visão escotópica, produzida sob baixa luminosidade em que os bastonetes – receptores em nossa retina responsáveis pela detecção de cores e que só funcionam em boas condições de luz – são “desligados”.

Voluntários.

Para produzir o novo atlas (o anterior é de 2001), os pesquisadores liderados por Fabio Falchi, do Instituto Italiano de Ciência e Tecnologia da Poluição Luminosa, contaram com dados captados pelo satélite de observação Suomi NPP. Lançado em 2011, em uma parceria entre a NOAA e a Nasa (agência espacial dos EUA), o Suomi NPP levou a bordo um instrumento batizado VIIRS (sigla em inglês para “conjunto radiométrico para imageamento visível e infravermelho”) que é o primeiro intencionalmente desenhado para observar e medir as luzes urbanas do espaço.

Os dados do satélite, por sua vez, foram calibrados e validados com medições feitas em mais de 20 mil localidades, das quais aproximadamente 20% foram realizadas por “cientistas-cidadãos” voluntários, por meio dos aplicativos Globe at Night (“o globo à noite”, na tradução livre, e disponível em português na internet) e Loss of the Night (“a perda da noite”, também em tradução livre, e que deverá ter uma versão em português a partir de 2017).

Atenção.

Com a divulgação do atlas, os cientistas esperam chamar a atenção para o problema, que pode se agravar ainda mais com a progressiva substituição das lâmpadas de iluminação pública, em geral de vapor de sódio, pelas mais econômicas, e poderosas, de LED. Segundo eles, diversas medidas podem ser tomadas para evitar que a poluição luminosa piore ou mesmo eliminá-la quase por completo, devolvendo a boa parte da Humanidade o encantamento com as noites estreladas. (AG)

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https://www.osul.com.br/um-terco-da-humanidade-nao-consegue-ver-a-via-lactea-por-causa-da-poluicao-luminosa/ Um terço da Humanidade não consegue ver a Via Láctea por causa da poluição luminosa 2016-06-17
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