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| Uma planilha revelou que a empreiteira OAS deu presentes a políticos como Serra, Alckmin, Marta Suplicy e Rui Falcão

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“Não tenho ideia do que se trata”, disse Marta. (Foto: Gervásio Baptista/Agência Brasil)

Caixas de vinho que podem superar os R$ 2,5 mil a garrafa, kits e cestas de presentes, além de gravatas. A relação simbiótica de alguns dos políticos mais importantes da República com o clã da empreiteira OAS era cercada de pequenos agrados. Uma planilha inédita da construtora foi revelada, onde  mostra como Cesar Mata Pires Filho, herdeiro do grupo empresarial, presenteava autoridades em São Paulo, como os ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

Entre figuras de maior e menor expressão, do PT, PR, MDB, PSD e PSDB, surgem na lista os nomes de dois ministros do governo do presidente Michel Temer, de dois senadores e de um ex-suplente do Senado que foram agraciados por mimos da OAS. Não há na lista nenhum indício de crime ou de contrapartida dos políticos à empreiteira.

 Durante uma das etapas da Operação Lava-Jato, a própria OAS, com o ex-presidente José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, já havia virado notícia por causa dos presentes – gravatas, kits de churrasco, cortes de terno… – que costumava a dar a políticos.

A nova lista é simbólica porque amplia a radiografia sobre as relações de influentes empresários com contratos na máquina pública e políticos encarregados de administrá-la. Negociando um acordo de delação, Léo Pinheiro terá chances de detalhar como funcionava a relação de políticos com a empreiteira, inclusive com a família Mata Pires.

A lista do Cesar Mata Pires Filho mostra que o herdeiro da OAS gostava de presentear políticos com caixas do vinho italiano Sassicaia que, dependendo da safra, pode chegar a custar mais de R$ 2,5 mil a garrafa. Foram agraciados com uma caixa do tinto da Toscana o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab.

O senador tucano e ex-chanceler José Serra também é citado na planilha como destinatário de uma caixa com seis garrafas do mesmo rótulo. Já na lista de 13 agraciados pela OAS com gravatas, aparece o pré-candidato do PSDB à presidência e ex-governador do Estado Geraldo Alckmin. A planilha não revela os valores ou a marca das gravatas.

O mesmo ocorre com os kits e cestas que, segundo a planilha, foram entregues pela OAS à senadora e ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (MDB) e ao ex-presidente do PT Rui Falcão. Até o ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero também teria sido presentado pela construtora com gravatas.

O condenado no mensalão e cacique do PR, Valdemar Costa Neto também aparece na relação, como destinatário de um kit de presentes. Seu correligionário e ex-ministro dos Transportes Antonio Carlos Rodrigues é destinatário de uma cesta de presentes, que inclui vinho.

Outros lados

“Não me lembro do vinho. Fui amigo de Cesar Mata Pires. Ele costumava me presentear nos dias de aniversário com uma gravata, cujo preço nunca me ocorreu indagar. O certo é que esses gestos de delicadeza nunca foram associados a contrapartidas”, afirmou o ministro Aloysio Nunes por meio de nota.

Serra por sua vez não quis comentar o assunto. Kassab também não se recordou do presente e disse, por meio de nota, que “quando foi prefeito de São Paulo, presentes recebidos em seu endereço privado eram encaminhados diretamente ao cerimonial da Prefeitura”.

Segundo o ministro, nos casos de bebidas, “era prática comum que elas fossem servidas em eventos oficiais da Prefeitura, respeitando a legislação vigente”. “No Governo Federal, sempre foi seguido o Código de Conduta da Alta Administração Federal”, segue a nota.

Questionada, a senadora do MDB afirmou por meio de sua assessoria: “não tenho ideia do que se trata”. Já o PR informou, também em nota, que “os dirigentes e representantes do Partido da República têm por norma não comentar conteúdos que serão objeto de investigação”.

O ex-presidente da CBF Marco Polo Del Nero disse que conhecia Cesar Mata Pires e que era comum receber pequenos presentes de alguns empresários que visitavam a CBF. Contudo, ele disse não se recordar de ter recebido uma gravata da OAS e que seu relacionamento com Cesar Mata Pires era “meramente social”.

A assessoria de Alckmin informou que o tucano “jamais fez da política uma forma de apropriação de riqueza, de aproveitamento, de troca de favores ou de mesquinharias” e que “qualquer bem que fosse entregue a seu gabinete era, por vontade e ordem do próprio ex-governador, destinado a entidades de caridade ou ao Fundo Social de Solidariedade, e jamais poderia estar vinculado ao exercício do cargo”.

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