Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de maio de 2019
O Ministério Público do Rio Grande do Sul instaurou uma notícia fato, procedimento anterior ao inquérito civil, contra a mulher que jogou um balde de água em uma moradora de rua em Esteio, região metropolitana de Porto Alegre.
Segundo a promotora de Justiça do município, Camila Cunha, o MP recebeu a denúncia através da Ouvidoria do órgão e de uma cidadã anônima. A denúncia foi encaminhada para a Delegacia de Polícia e também foram solicitados esclarecimentos à Prefeitura de Esteio sobre as medidas que estão sendo tomadas em relação a situação dos moradores de rua.
O vídeo que mostra o ato circula pelas redes sociais e gerou polêmica nesta semana, repercutindo em todo o estado. Nas imagens, uma mulher é vista jogando água em cima de uma moradora de rua e mandando que ela saia do local onde está. A situação foi gravada por uma terceira pessoa que não intercede durante a ação. A vítima, que aparece deitada sobre papelões, recolhe seus poucos pertences e sai.
O espaço onde ocorreu a situação fica localizado ao lado da QI Faculdade & Escola Técnica na avenida Presidente Vargas, no centro do município. A mulher que pratica a ação, seria uma funcionária da empresa de alarmes terceirizada que atendia a instituição de ensino, conforme a diretora das Escolas Técnicas QI, Patrícia Cardoso.
Patrícia afirmou ao O Sul que ficaram sabendo dos fatos na noite de terça-feira (14), pela internet, e rescindiram o contrato com a empresa na manhã desta quarta (15). “Ficamos chocados com o grau de desumanidade e de desrespeito”, destaca ela. A gestora ainda afirma ter conversado com a moradora de rua, que se chamaria Graziela.
Após diversas críticas nas redes sociais, a mulher que teria jogado água em Graziela tentou se explicar em um grupo de Whatsapp, afirmando que estava apenas cumprindo ordens, pois já haviam ocorrido arrombamentos no local.
Porém, A diretora da QI destacou que, desde que a empresa está ali, há seis meses, não houve nenhuma ocorrência de invasão, tentativa de roubo ou outro caso semelhante. Ainda no Whatsapp, uma outra integrante do grupo não aceitou a justificativa da mulher e respondeu: “Eu ia demitida, mas nunca faria isso a alguém”.
A pessoa que aparece jogando água na moradora de rua no vídeo e a empresa de segurança a qual ela pertencia foram procuradas pela produção do portal O Sul, mas não retornaram até a publicação desta matéria.