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Mundo 40% da população argentina vive na pobreza

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Os alimentos foram um dos que mais sofreram alta. (Foto: Reprodução)

A inflação anual na Argentina bateu 104,3%, a mais alta em 30 anos. No dia a dia, os argentinos sentem os efeitos nos preços dos alimentos, que os obriga a comprar apenas o essencial e abandonar as marcas favoritas pelas mais baratas. Para analistas, o cenário é mais desfavorável ao governo – que tentará se manter no poder nas eleições de outubro – mas pode respingar na oposição.

Os números da inflação divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (Indec) na última sexta-feira foram mais uma má notícia para a gestão de Alberto Fernández, que já lida com uma alta rejeição e a completa indefinição de sua coalizão para as primárias eleitorais de agosto.

A Argentina tem uma etapa de pré-campanha eleitoral que terminará em agosto, quando as Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias (Paso) determinarão quem disputará a eleição presidencial. Este ano, o único que não terá rivais nas primárias será o deputado e candidato de extrema direita Javier Milei. O economista e líder da extrema direita argentina, admirador dos ex-presidentes Jair Bolsonaro e Donald Trump, está em campanha desde o ano passado e, segundo pesquisas, teria chances de conquistar uma vaga no segundo turno das presidenciais.

Desde que o ex-presidente Maurício Macri desistiu de concorrer à eleição, abriu-se uma disputa feroz na aliança opositora Juntos pela Mudança. Na coalizão governista Frente de Todos (formada por peronistas e kirchneristas), apenas Cristina Kirchner admitiu que não vai concorrer. O presidente Alberto Fernández ainda especula a possibilidade de disputar a reeleição, mas seu índice de rejeição atingiu 65%.

Em julho do ano passado, o governo apostou em Sergio Massa como promessa de um superministro que iria salvar a economia. Agora, porém, cada vez menos argentinos acreditam que o problema terá solução.

Carestia

Com um aumento de 7,7% na inflação de fevereiro a março, os argentinos já não conseguem se planejar, pois os itens de uma lista de compras amanhã serão mais caros que os de hoje. A estratégia tem sido comprar opções cada vez mais baratas, principalmente de carnes e derivados do leite, os produtos que sofreram a terceira maior alta mensal, segundo o Indec.

A inflação de março é a maior desde abril de 2002, quando marcou mais de 10%. Os alimentos foram um dos que mais sofreram alta, com 9,3%, impulsionados pelo preço da carne, dos derivados do leite e dos ovos.

“Esses 7,7% desta sexta significam simplesmente que os salários das pessoas que as permitiam somente comer, agora permitem menos ainda”, explica Juan Carlos Rosiello, professor do Centro de Análises Econômicas e Empresariais da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Católica Argentina. “E no fim os mais vulneráveis são os que mais sentem a inflação.”

Segundo Rosiello, “os pobres estão ficando cada vez mais pobres. Hoje temos cerca de 40% de pobres, uma coisa inacreditável para Argentina, e isso só cresce. E a situação é pior se você olhar os números de crianças pobres, que atualmente estão em torno de 60%. Ou seja, seis de cada dez crianças são pobres na Argentina”.

Atualmente, mais de 11 milhões de argentinos vivem abaixo da linha da pobreza, mostram os números do segundo semestre de 2022 do Indec. Um dado que havia caído em 2020, mas voltou a crescer a partir do segundo semestre de 2021.

De acordo com cálculos do jornal Clarín, em Buenos Aires uma família precisa ganhar mais de 190 mil pesos (R$ 4,3 mil) – sem considerar gastos com aluguel – para não ser considerada pobre. Se somar o aluguel, os valores passam de 260 mil pesos (R$ 5,9 mil). A média salarial do país é de 80 mil pesos (R$ 1,8 mil), de acordo com o Indec.

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