Quarta-feira, 09 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de fevereiro de 2016
Dias depois de começar uma dieta nova, a pessoa “joga tudo para o alto” e passa a comer, em dobro, o que não comeu nas últimas horas. Com isso, o efeito sanfona e a frustração são quase automáticos. Não mais. Para evitar este tipo de situação, a escritora britânica Caroline Jones montou um guia que desmistifica as 30 dietas mais famosas dos últimos 50 anos, destacando quais são os estilos de vida, personalidades e tipos físicos que mais costumam se adequar a cada uma delas. O livro “A Melhor Dieta para Você” parte do princípio que o regime alimentar deve ser sempre personalizado, e não “modinha”.
“Somos bombardeados com promessas de emagrecimento que vão de dietas que eliminam gordura ou cortam carboidratos às que estimulam o consumo de superalimentos ou a prática do jejum. A indústria das dietas, altamente lucrativa, prefere manter em segredo indicações que poderiam poupar muito tempo, dinheiro e estresse”, garante a autora, que é jornalista especializada em saúde.
“Com um método que combine uma determinada dieta com as peculiaridades de cada um, é possível tomar a decisão certa em relação à dieta mais apropriada para cada realidade, como também para ajudar a encontrar um programa alimentar saudável que possa ser adotado para a vida inteira.”
Tipos de dietas.
A autora não só destrincha os prós e contras desses regimes, como dá exemplos de cardápios. Entre as analisadas, estão algumas dietas muito comentadas no Brasil, como a macrobiótica, a mediterrânea, a dos Vigilantes do Peso e a sem glúten. Mas há também algumas pouco conhecidas por aqui: a dos viciados em açúcar, a do grapefruit e a da sopa de repolho.
No grupo que classifica como de restrições perigosas, Caroline destaca as dietas de Cambridge, a paleolítica e a da sopa de repolho. A primeira prevê a substituição de alimentos sólidos por shakes, o que é uma constante fonte de controvérsia. Já a segunda traz o mote de “ficar magro como um homem das cavernas”, com regime rico em carnes de caça. Por fim, a da sopa de repolho permite que a pessoa adquira menos de 1,2 mil calorias por dia, o que não é considerado seguro – o normal são 2 mil calorias.
“Algumas dietas têm mais contras do que prós. Normalmente, as mais radicais são as que trazem mais problemas”, pontua Caroline. Para a escritora, equilíbrio e variedade são fundamentais. E é esse o tom adotado também pela cientista sênior da Fundação Britânica de Nutrição, Bridget Benelam, que assina o prefácio do livro. Segundo ela, “qualquer plano de emagrecimento que proponha a exclusão de determinados alimentos ou grupos de alimentos aumentará o risco de carência de vitaminas, minerais ou fibras, o que pode acarretar distúrbios no organismo”.
A pesquisadora ressalta que, de acordo com estudos, cerca de 80% das pessoas que conseguem emagrecer voltam a engordar em um ano. “Emagrecer é um desafio tanto do ponto de vista emocional quanto do físico”, escreve Bridget.
Ela destaca que inúmeros fatores sociais e psicológicos influenciam os hábitos alimentares, e que as pessoas bem-sucedidas no processo de emagrecimento são, em geral, aquelas que “exercitam a ‘restrição flexível’, ou seja, vigiam o que comem, mas não excluem da dieta os alimentos de que gostam e não se deixam abalar por pequenos deslizes”, ensina a cientista. (AG)