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Futebol Jogadores de futebol, que têm uma exigência física grande, estão mais expostos a problemas cardíacos pós-covid, o que requer cuidados extra dos clubes

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Estudo mostra que principais equipes do Brasil registram um aumento na arrecadação 35% maior em relação a 2020. (Foto: Reprodução)

Há duas semanas, o atacante Aubameyang desfalcou a seleção do Gabão pela Copa Africana de Nações. Alguns dias antes, ele havia recebido um teste positivo para a covid, assim como seus companheiros Meyé e Lemina. Os três apresentavam o mesmo problema: lesões cardíacas. Foi também o diagnóstico do lateral-esquerdo Alphonso Davies, que apresentou sinais de miocardite leve e precisou ser afastado dos treinos no Bayern de Munique, da Alemanha.

Os casos de Aubameyang e Davies foram anunciados no mesmo dia, mas o mundo do futebol vem enfrentando situações semelhantes desde o início da pandemia. O goleiro Matheus Cavichioli, do América-MG, foi mais um dos jogadores que testaram positivo para o coronavírus e tempos depois teve problemas cardíacos. Ele passou por angioplastia de uma artéria parcialmente obstruída no coração.

No caso de Cavichioli, os médicos optaram por não assegurar que o caso era decorrente da covid. De acordo com a assessoria de imprensa do América, a equipe médica “decidiu não entrar no mérito da relação de problemas de coração com a covid” e que “ainda é muito precoce cientificamente entrar nessa seara”.

Em relação a Aubameyang e seus companheiros de seleção, foi o Gabão que afirmou categoricamente que os jogadores, “recém-saídos da covid não poderiam disputar a partida, pois os exames médicos mostraram lesões cardíacas”. Foi o mesmo discurso do técnico do Bayern de Munique, Julian Nagelsmann, ao comentar a situação de Alphonso Davies.

De acordo com o cardiologista Raniere Cabral, que atua no Hospital do Coração de Alagoas, a infecção por covid é algo para se ficar de olho, especialmente no caso de atletas e esportistas competitivos (não amadores), embora não possam ser ignorados pelos esportistas recreativos, que se submetem a exercícios físicos de leve a moderada intensidade.

“O acometimento cardíaco na covid pode chegar a 16% dos casos e os motivos são vários”, explica o especialista. “É de conhecimento geral que exercícios físicos vigorosos podem levar à morte súbita em indivíduos com doenças subjacentes não diagnosticadas, muitas delas de origem genética. Entre as patologias adquiridas, a doença arterial coronariana e a miocardite, foco especial dessa pandemia, estão entre as que mais podem levar à morte súbita.”

Risco maior

Segundo Cabral, a morte súbita dentro do esporte está relacionada à intensidade dos exercícios físicos, no qual os atletas e esportistas competitivos entram para o grupo de maior risco de eventos cardíacos em comparação aos que fazem exercícios de forma recreativa, mais leves. Por conta disso, é necessário que todo o paciente acometido pela covid passe por uma avaliação médica antes de retornar às atividades.

A avaliação deve ser realizada após 14 dias do diagnóstico da contaminação pelo coronavírus ou ao fim dos sintomas. Geralmente, os atletas contaminados não se curvam aos sintomas da doença. Poucos episódios são relatados de jogadores que ficaram de cama por causa da covid. Caso uma miocardite seja comprovada durante a doença, a avaliação deve ser feita três meses após a resolução dos sintomas.

Um pequeno estudo feito na Alemanha e publicado na revista Jama Cardiology em julho de 2020 mostrou como o coronavírus afeta o coração. Os pesquisadores estudaram cem pessoas, com idade média de 49 anos, que se recuperaram da covid. A maioria foi assintomática ou apresentou sintomas muito leves. Dois meses após o diagnóstico, os cientistas submeteram os pacientes curados a exames de ressonância magnética e fizeram descobertas alarmantes: cerca de 80% deles apresentavam anomalias cardíacas e 60% tinham miocardite.

O médico do Flamengo, Fernando Bassan, acrescenta que a maior preocupação dos departamentos médicos é justamente com a miocardite. “A miocardite é a inflamação do músculo do coração. Não é uma doença nova ou rara, tipicamente viral. Por ser viral e a covid ser viral também, há correlação entre as duas. A miocardite, então, atinge em 16 vezes mais o paciente que teve covid do que o que não teve, de acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos. Naturalmente, em atletas existe um impacto grande. Ao termos uma detecção de miocardite num jogador, isso implica em um afastamento de três a seis meses de suas atividades.”

A pesquisa à qual ele se refere foi realizada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, entre março de 2020 e janeiro de 2021 e envolveu cerca de 900 hospitais. Os resultados da agência afirmam que pacientes com covid tinham quase 16 vezes mais chances de demonstrar um caso de miocardite do que os não infectados, com risco maior para pacientes com menos de 16 anos ou com mais de 50 anos.

Segundo o CDC, o número de consultas relacionadas à miocardite nos hospitais pesquisados foi 42% maior em 2020 do que em 2019. A maioria dos pacientes investigados teve o diagnóstico para as duas doenças no mesmo mês, embora ainda não fosse explicada a origem deste vínculo. O órgão americano também mantém um monitoramento em relação às vacinas que usam a tecnologia de mRNA.

“Miocardite e pericardite vêm sendo reportadas de forma rara, especialmente em adolescentes e jovens adultos do sexo masculino dias após a vacinação por covid (…) O CDC recomenda que todas as pessoas com mais de cinco anos tomem a vacina contra a covid. Os riscos conhecidos da covid e suas possíveis complicações, como problemas de saúde contínuos, hospitalização e até morte, ultrapassam grandemente o risco de ter um raro efeito adverso da vacinação, inclusive o risco de miocardite e pericardite”, informa a entidade.

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