Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de março de 2022
A rede de fast-food Burger King anunciou nesta quinta-feira (10), que irá suspender todo o suporte à operação que detém na Rússia, aumentando a pressão do mundo corporativo contra Moscou. Ícones do capitalismo ocidental como McDonald’s, Coca-Cola, Pepsi, Starbucks, Google, Embraer, dentre outros, anunciaram que irão suspender seus negócios no país ao longo dessa semana diante da extensão do conflito na Ucrânia.
No total, mais de 200 empresas deixaram a Rússia, paralisando total ou parcialmente as operações, desde o início da guerra contra a Ucrânia, no final de fevereiro.
O negócio do Burger King na Rússia é todo franqueado e o que, na prática, contém futuras perdas. A rede conta com cerca de 800 restaurantes no país, de acordo com números citados pela imprensa internacional.
“O Burger King suspendeu todo o seu suporte corporativo ao mercado russo, incluindo operações, marketing e cadeia de suprimentos, além de recusar aprovações para investimento e expansão”, informou a rede, em comunicado.
O rival McDonald’s estima em torno de US$ 50 milhões por mês as perdas potenciais com a suspensão das atividades dos seus 850 restaurantes no país, conforme a imprensa norte-americana. Diferente do Burger King, a rede é proprietária da maior parte dos restaurantes que possui na Rússia, o que a deixa mais exposta.
Ultimato
O governo da Rússia ameça tomar o controle e nacionalizar multinacionais que estão deixando o país em resposta às sanções internacionais por causa da invasão da Ucrânia.
Na primeira resposta à fuga de multinacionais, o Ministério da Economia delineou novas políticas para assumir o controle temporário de companhias que tenham mais de 25% de participação estrangeira.
Os proprietários teriam cinco dias para retomar a atividade ou recorrer a outras opções, como vender sua participação. Segundo as propostas, um tribunal de Moscou analisaria pedidos de membros do conselho e outros para trazer “gerentes externos”.
O tribunal poderia então congelar ações de empresas estrangeiras como parte de um esforço para preservar propriedades e funcionários. A gestão externa poderia incluir o banco estatal de desenvolvimento VEB.RF, de acordo com um comunicado do ministério da Economia.
“O governo russo já está trabalhando em medidas que incluem falência e nacionalização da propriedade” de empresas estrangeiras forçadas a sair do país, disse o ex-presidente russo Dmitri Medvedev em comunicado publicado na quinta-feira no site de mídia social VKontakte.
O Ministério da Economia disse ainda que as medidas se aplicariam a empresas cuja administração, incluindo acionistas, efetivamente encerrou o controle da atividade em violação às leis russas. As empresas cuja administração deixou a Rússia ou transferiu ativos a partir de 24 de fevereiro também podem estar sujeitas às novas regras.
Ainda de acordo com o ministério, as empresas que passam por aquisições externas podem ser reembaladas e vendidas em leilão após três meses. Os novos proprietários teriam que preservar dois terços dos empregos e manter as empresas funcionando na Rússia por um ano. As medida, no entanto, ainda não foram aprovadas.