Terça-feira, 30 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de março de 2022
O árbitro Valdinar Rodrigues de Jesus morreu aos 49 anos no fim de semana após ser atingido por um raio durante uma partida de futebol válida pela Copa Cidade Jatobá, na cidade de Capitão de Campos, no Piauí, que fica a cerca de 136 km de Teresina, capital do Estado. A informação foi publicada pelo portal G1.
Segundo relato de testemunhas. o árbitro resolveu encerrar a partida por causa da chuva quando foi atingido pelo raio por volta das 16h30. Segundo o presidente da Associação de Árbitros Amadores Heróis do Jenipapo, José Lima, Valdinar foi socorrido por uma mulher que o levou ao Hospital Regional de Campo Maior, porém, o árbitro morreu antes de receber atendimento.
“O jogo não era dele. A partida seria apitada por outro árbitro que, por força maior, não pôde comparecer. A vítima foi para substituir o árbitro escalado, quando aconteceu essa fatalidade”, disse José Lima.
Valdinar deixou uma esposa e três filhos. Seu corpo foi velado na residência da família na tarde de domingo. A morte do árbitro também foi lamentada pela Prefeitura de Jatobá do Piauí.
“É com profundo pesar que a Prefeitura de Jatobá do Piauí, por meio do prefeito Hilton Gomes, e do departamento de esportes, lamenta o falecimento do árbitro Valdinar Rodrigues de Jesus. Valdinar sempre será lembrado como um herói pelos esportistas jatobaenses. Nossos pêsames à família enlutada”.
Relâmpagos
Para que surjam raios, é necessário que, além das gotas de chuva, as nuvens de tempestade tenham em seu interior três ingredientes: cristais de gelo, água quase congelada e granizo. Tais elementos se formam na faixa entre 2 e 10 quilômetros de altitude, onde a temperatura fica entre 0 ºC e -50 ºC.
Com o ar revolto no interior da nuvem, esses elementos são lançados de um lado para o outro, chocando-se uns contra os outros. Com isso, acabam trocando carga elétrica entre si: alguns vão ficando cada vez mais positivos, e outros, mais negativos. Os mais pesados, como o granizo e as gotas de chuva, tendem a ficar negativos.
Por causa da gravidade, o granizo e as gotas de chuva se acumulam na parte de baixo, que vai concentrando carga negativa. Mais leves, os cristais de gelo e a água quase congelada são levados por correntes de ar para cima, deixando o topo mais positivo. Começa a se formar um campo elétrico, como se a nuvem fosse uma grande pilha.
Essa dupla polaridade da nuvem é reforçada ainda por dois fenômenos físicos externos a ela. Acima, na região da ionosfera, os raios solares interagem com moléculas de ar, formando mais íons negativos. No solo, por outro lado, diversos fatores contribuem para que a superfície fique eletricamente positiva.
Essa polarização da nuvem cria um campo elétrico descomunal: se as redes de alta tensão têm cerca de 10 mil W (watts) de potência, no céu nublado a coisa chega a 1000 GW (gigawatts). Tamanha tensão começa a ionizar o ar em volta da nuvem – ou seja, ele passa de gás para plasma, o chamado quarto estado da matéria.
Começa então a se formar um caminho de plasma em direção ao solo. Por ter elétrons livres, o plasma é um bom condutor de eletricidade. Com isso, acaba fazendo a ponte até a superfície para que a tensão da nuvem possa ser descarregada. Enquanto o tronco principal desce rumo ao solo, surgem novos ramos tentando abrir passagem.
Quando um tronco principal está próximo do solo, começa a surgir uma massa de plasma na superfície. Essa massa vai subir até se conectar com o veio que desce e, então, fechar o circuito. É por isso que, se alguém estiver perto de onde o fenômeno está rolando, vai perceber os pelos do corpo se eriçando.
Quando o caminho se fecha, rola uma troca de cargas entre a superfície e a nuvem e – zap! – temos o relâmpago. A fatal faísca é fruto do aquecimento do ar, enquanto o ribombar do trovão vem da rápida expansão da camada de ar. Do surgimento do tronco de plasma até rolar o corisco, se passa apenas cerca de 0,1 segundo.
O que acontece quando é alguém é atingido?
Se o raio cair exatamente em cima do sujeito, é quase certo que ele seja totalmente carbonizado: o fenômeno gera um aquecimento de quase 30 mil graus Celsius. Caso ele caia a até 50 metros de distância, é grande o risco de uma parada cardíaca e queimaduras.