Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 8 de abril de 2022
A Administração Geral das Alfândegas da China (GACC, na sigla em inglês) anunciou, em comunicado em seu site, a decisão de suspender as importações de dois frigoríficos brasileiros de carne bovina e um dedicado à produção de carne de frango. Segundo o órgão, a medida, que entrou em vigor nesta sexta-feira (8) e valerá por uma semana.
Estão na lista temporária de embargos a unidade da JBS localizada em Mozarlândia (GO), a da Marfrig em Tangará da Serra (MT), ambas de carne bovina, e a planta de carne de frango da Zanchetta em Boituva (SP). O anúncio incluiu ainda a suspensão de dois frigoríficos uruguaios. As autoridades chinesas não informaram por que decidiram adotar a medida.
Desde o início da pandemia, a GACC vem impondo suspensões a frigoríficos do Brasil e também de outros países, nem sempre detalhando os motivos para a ação. Em alguns casos, a medida teria sido adotada de maneira preventiva, após testes de covid nas cargas darem resultado positivo – ainda que não haja evidências da contaminação com o novo coronavírus a partir da ingestão de alimentos.
O órgão chinês não detalhou as razões para os embargos anunciados neste ano. Em janeiro, a GACC suspendeu as importações da planta da São Salvador Alimentos, dona da Super Frango, localizada em Itaberaí (GO) e da unidade da Bello Alimentos, controladora da marca Frango Bello, que fica em Itaquiraí (MS).
A planta da JBS em Mozarlândia, uma das maiores da companhia no país, é reincidente nos embargos chineses. No dia 11 de março, a GACC anunciou que
interromperia por uma semana as compras de carne dessa unidade e também da planta da Frialto localizada em Matupá (MT). Duas semanas depois, no entanto, em novo anúncio, os chineses informaram que o frigorífico goiano seria suspenso por tempo indeterminado.
Exportação
Puxado pela China, a exportação de carne bovina brasileira cresceu 33% em volume no primeiro trimestre de 2022, de acordo com dados da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo).
No período, o gigante asiático importou 275,3 mil toneladas, o que representa 50,45% das 545.751 toneladas de carne bovina exportadas pelo Brasil. Em março, o País exportou 203.494 mil toneladas de carne bovina, volume recorde para o mês. A receita também foi recorde: US$ 1,124 bilhão.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o volume de exportação cresceu 28% e a receita aumentou 57%. Além do crescimento das exportações, os preços médios do produto subiram de US$ 4.415 para US$ 5.319.
A China continua liderando as importações, com um total de 188.236 toneladas nos primeiros três meses do ano. Na segunda posição vem os Estados Unidos, com 69.799 toneladas. O Egito está em terceiro lugar com o acumulado de 47.706 toneladas.
No total, 96 países ampliaram suas importações no primeiro trimestre do ano, enquanto que 41 reduziram suas compras.