Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 28 de agosto de 2022
Embora o Pix — sistema de pagamentos instantâneo e gratuito — esteja prestes a completar 2 anos, muitas de suas características são desconhecidas de grande parte dos usuários. Para especialistas, um dos mitos mais clássicos do sistema é acreditar que não é possível fazer uma transferência via Pix para uma pessoa que não tenha nenhuma chave cadastrada.
Essa função já é possível na maioria dos aplicativos das instituições bancárias. Neste caso, o usuário terá que preencher as informações de banco, agência, nome completo e CPF do beneficiado. O dinheiro é transferido na mesma hora e sem cobrança de tarifas.
O sistema de pagamento instantâneo e gratuito movimentou R$ 933 bilhões em mais de 2 trilhões de transações somente em julho. Ele tem funções desconhecidas da maioria dos usuários brasileiros.
Saiba mais
1) Se você quiser fazer por Pix, a pessoa ou empresa para qual você deseja transferir não precisa ter chave Pix cadastrada. Neste caso, o usuário terá que digitar o banco, a agência e a conta do beneficiário, e se é uma conta corrente ou poupança.
2) Cada chave só pode ser registrada em um banco. Você não poderá registrar sua chave Pix de telefone celular em dois bancos. Deverá escolher apenas uma instituição por chave.
3) É possível estabelecer limites para operações financeiras noturnas entre 20h e 6h, e também no período diurno. A mudança não é instantânea. O prazo mínimo de 24h e máximo de 48h para pedidos de aumento do limite.
4) É possível também bloqueio de transações por 30 minutos durante o dia ou 60 minutos durante a noite.
5) O Pix não necessariamente pode ser feito apenas pelo celular, podendo ser utilizado em agências, caixas eletrônicos e em correspondentes bancários, como lotéricas.
]6) Para pagar com QR é preciso escanear o código fornecido pela loja e confirmar o pagamento.
7) Serviços públicos também aceitam Pix, com a plataforma PagTesouro. São pelo menos 44 órgãos federais que aderiram ao sistema de pagamento.
8) Pix parcelado: modalidade que ainda será regulamentada pelo Banco Central prevê que os usuários poderão optar por fazer o Pix com pagamento em uma única parcela ou em até 12 vezes, dependendo do banco. Os destinatários recebem os valores integrais de forma instantânea.
9) O Brasil lidera transações em tempo real da América Latina e é o 4º no ranking global, segundo o relatório Prime Time for Real Time. Apesar de ser o pioneiro em pagamentos em tempo real da América Latina, o México teve uma adoção mais lenta do que seus vizinhos.
10) O presidente do Banco Central declarou, recentemente, que em um futuro próximo será possível integrar o Pix a outras iniciativas do BCB (por exemplo, Open Finance e Real Digital) bem como fazer pagamentos instantâneos internacionais. O objetivo é possibilitar a criação de uma única interface para o cliente ter acesso às suas contas e movimentá-las, sem necessidade de abrir os aplicativos de cada banco com os quais mantém relacionamento.
Parcelamento
Duas funcionalidades estão no radar do Banco Central (BC) para implementação e prometem popularizar ainda mais o sistema estão no chamado Pix Garantido — em que será possível realizar o agendamento de uma transação, como se houvesse um pagamento parcelado.
Essa função teria capacidade de incluir um grande número de usuários no sistema que até hoje só permite operações à vista. Mesmo ainda sem regulamentação do Banco Central, algumas instituições financeiras começaram a lançar operações de crédito com o Pix.
A possibilidade de transações offline e sem a necessidade de conexão do usuário com o aplicativo do banco e a internet também é bastante aguardada, e pode ser um dos caminhos para aumentar a penetração do Pix no comércio.
Golpes
Assim como ocorreu na implementação do limite de transferências noturnas via Pix para tentar reduzir o número de golpes, fraudes e até sequestro-relâmpago, o projeto de lei (PL 1989/22) em tramitação no Congresso que quer restringir o cadastro de chave Pix a CPF ou CNPJ.
Hoje é possível registrar uma chave Pix, com número do telefone, e-mail, ou uma chave aleatória. De acordo com os dados de julho do Banco Central, 75% das chaves cadastradas não utilizam CPF ou CNPJ. A medida, no entanto, é criticada por especialistas:
O número de chaves cadastradas passa de 478 milhões, no Brasil, mais que o dobro da população. O tipo de chave preferido dos usuários é o aleatório, no qual uma combinação de números e letras é fornecida para a realização da transação.