Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 9 de abril de 2023
O Departamento de Estado dos EUA pediu “moderação” da China em seus exercícios militares ao redor de Taiwan, que começaram na manhã de sábado (8) em retaliação ao encontro entre a presidente da ilha asiática, Tsai Ing-wen, e o presidente da Câmara dos Deputados americana, Kevin McCarthy, na quarta-feira na Califórnia. Segundo as Forças Armadas chinesas, as manobras incluem treinamento para um “cerco total” e durarão três dias. Os Estados Unidos afirmaram que estão “monitorando de perto as ações de Pequim”.
“Nossos canais de comunicação com a República Popular da China seguem abertos e sempre temos pedido moderação e que não se mude o status quo”, declarou em nota um porta-voz do Departamento de Estado americano. “Estamos confiantes em que contamos com recursos e capacidade suficientes na região para garantir a paz e a estabilidade e honrar nossos compromissos de segurança nacional”.
O porta-voz militar chinês, Shi Yin, admitiu em comunicado neste sábado que as manobras “servem como advertência severa contra o conluio entre as forças separatistas que buscam a independência de Taiwan e as forças externas”.
“O exercício de hoje [sábado] se concentra na capacidade de tomar o controle do mar, o espaço aéreo e da informação para criar uma dissuasão e um cerco total de Taiwan”, justificou a China em nota.
De acordo com a emissora estatal chinesa, contratorpedeiros, navios rápidos com lança-mísseis, caças e navios-tanque serão mobilizados durante as manobras, no Estreito de Taiwan. A localização exata das operações não foi divulgada, mas um comunicado da autoridade marítima regional confirmou que, nesta segunda-feira, os exercícios vão incluir uso de munição letal, na costa da província de Fujian. A parte mais reduzida do Estreito de Taiwan, entre a costa chinesa e a ilha, tem 130 km de extensão.
Taiwan está localizada a pouco mais de 160 km do sudeste da China, em uma posição estratégica para os interesses dos Estados Unidos na região. Para Pequim, a ilha faz parte do território chinês e e o país não aceita qualquer contato entre os governantes taiwaneses e representantes de outras nações, especialmente os americanos. O presidente chinês, Xi Jinping, já declarou que a “reunificação” com Taiwan “deve ser completada”, mas a ilha tem governo autônomo, eleito democraticamente e Constituição própria.
Os Estados Unidos têm sido ambíguos sobre se apoiariam militarmente Taiwan em caso de uma escalada no conflito, embora durante décadas tenham vendidos armas para a Defesa de Taipei. As informações são do jornal O Globo e da agência de notícias AFP.