Quinta-feira, 01 de maio de 2025
Por Marcelo Warth | 19 de junho de 2023
A saída da secretária ocorreu depois que milhares de livros e equipamentos eletrônicos comprados com dinheiro público foram encontrados armazenados, sem uso
Foto: DivulgaçãoA secretária municipal de Educação de Porto Alegre, Sônia Maria Oliveira da Rosa, pediu demissão do cargo no domingo (18). A saída da secretária ocorreu depois que milhares de livros e equipamentos eletrônicos comprados com dinheiro público foram encontrados armazenados, sem uso, em instituições de ensino e depósitos da prefeitura.
Interinamente, a pasta será comandada pelo vice-prefeito Ricardo Gomes até a definição do novo titular. Em carta, Sônia exaltou os objetivos do projeto pedagógico e dos programas estruturantes desenvolvidos para qualificar a educação na rede municipal de ensino e disse que solicitou o afastamento para a apuração transparente da destinação dos materiais e equipamentos tecnológicos adquiridos.
O prefeito Sebastião Melo afirmou que respeita a decisão da secretária e agradeceu o “empenho no desafio de reconstituir o processo de educação na rede pública após a pandemia”.
“Inovar no ensino público é um desafio gigantesco, que passa por quebra de paradigmas. Mas nós temos a convicção de que o aluno da periferia deve ter a mesma oportunidade que estudantes da rede particular, com acesso à tecnologia para uma educação verdadeiramente libertadora e um futuro promissor. E essa transformação pedagógica que começou em Porto Alegre deve-se muito à dedicação da Sônia, que trouxe três décadas de experiência para repensarmos os processos de aprendizagem e melhorar resultados que historicamente não correspondem aos que nossas crianças e jovens merecem”, declarou o prefeito.
As escolas da rede municipal de Porto Alegre começaram a ser vistoriadas no dia 12 deste mês, após a abertura de uma auditoria especial pela Secretaria de Educação para apurar procedimentos ligados à destinação de materiais e equipamentos adquiridos pela prefeitura.
A auditoria foi determinada pelo prefeito Sebastião Melo no dia 7. Também foi criado um comitê gestor operacional para concluir a distribuição e instalação dos produtos, incluindo providências de infraestrutura nas escolas necessárias à operação desses equipamentos.
A auditoria especial é realizada pela Secretaria Municipal de Transparência e Controladoria, com prazo máximo de 60 dias. Paralelamente, o vice-prefeito coordena um comitê gestor operacional que realizou o levantamento em cada escola sobre a destinação dos materiais a fim de implementar as soluções necessárias.
A rede municipal de ensino de Porto Alegre atende 70 mil crianças e adolescentes em 98 escolas e 217 entidades parceiras.