Domingo, 22 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 21 de junho de 2025
A tragédia aconteceu em Praia Grande, no Sul de Santa Catarina
Foto: Reprodução/Redes sociaisUm balão tripulado que levava 21 pessoas a bordo despencou do céu em Praia Grande (SC) após pegar fogo, na manhã desse sábado (21). O governo de Santa Catarina informou que a tragédia deixou 8 mortos e 13 sobreviventes. O acidente aconteceu no extremo sul do estado, região conhecida como Capadócia brasileira, famoso destino para a prática do balonismo.
Das vítimas, quatro morreram carbonizadas no cesto e outras quatro na queda, de cerca de 45 metros de altura. Os nomes ainda não foram divulgados, mas todos são maiores de idade. Entre feridos e vítimas, 18 são moradores de Santa Catarina, dois do Rio Grande do Sul e um de São Paulo.
Conforme o delegado-geral Ulisses Gabriel, o extintor de incêndio que estava no cesto do balão não funcionou ao ser acionado. A informação foi repassada em depoimento pelo piloto da estrutura que sobreviveu. Além dele, cinco dos treze sobreviventes deram depoimentos à polícia.
“Segundo o que foi identificado, o extintor não funcionou e aí, não foi possível apagar. O balão, então, ele sobe um pouco, vai até o solo. Um conjunto de pessoas, que são 13, conseguem sair nesse primeiro momento. O balão acaba ficando leve em razão da saída dessas pessoas e aí ele sobe novamente”, explicou Gabriel.
Ainda de acordo com o agente, algumas pessoas não conseguiram pular, pois as chamas aumentaram. Na sequência, o balão ficou mais leve e subiu. Já no alto, algumas pessoas teriam caído por falta de sustentação.
Fazia sol na região no momento do acidente e imagens compartilhadas nas redes sociais mostram o balão no alto em chamas e pessoas pulando em meio ao desespero.
O cesto em chamas atingiu ao chão em alta velocidade, às margens da Rodovia SC-108. A aeronave caiu em uma área rural nas proximidades de um posto de saúde.
Investigação
As causas são apuradas, mas a informação preliminar da polícia é de que o fogo começou no cesto, causado por um maçarico. Conforme o delegado-geral, a empresa está ativa desde setembro de 2024 e possuía documentação regular para operar.
Em relação aos feridos, dois sofreram queimaduras de segundo grau, mas estão bem e devem deixar a unidade de saúde da região neste sábado. Outras três vítimas foram atendidas com luxações e dores pelo corpo. Todos os pacientes, atendidos no local ou no hospital, receberam alta.
Fazia sol na região no momento do acidente, mas o delegado-geral afirmou que havia previsão de instabilidade. A polícia vai apurar se as condições climáticas podem ter contribuído para o incêndio e queda.
As polícias Civil, Militar e Científica apuram os detalhes do incêndio e aguardam laudos e perícias. A Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) acompanha o caso.
Notas de solidariedade
Em nota, o Governo de Santa Catarina lamentou o acidente envolvendo o balão e afirmou que está mobilizado para garantir atendimento e assistência às vítimas e familiares.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também expressou solidariedade e colocou o Governo Federal à disposição para auxiliar no resgate e atendimento. O ex-prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, relatou que faria o mesmo passeio, mas não encontrou vagas.
A empresa Sobrevoar, responsável pelo passeio, emitiu uma nota prestando solidariedade pelas vítimas e afirmou que nunca houve registro de acidente antes.
Três casos
Este foi o terceiro acidente com balões de turismo no País na semana. O mais recente também foi registrado na manhã desse sábado, em Sorocaba (SP), com um pouso forçado após 35 quilômetros de passeio desde a cidade de Boituva. Todos as 15 pessoas a bordo sobreviveram.
No domingo (15), em Capela do Alto (SP), a queda de um veículo semelhante e com mais de 30 pessoas causou a morte de uma de 27 anos. Outras 11 pessoas ficaram feridas. O piloto está preso preventivamente desde então, por homicídio culposo.