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Brasil CPI do INSS: governo escala parlamentares como o ex-ministro Paulo Pimenta para tentar conter ataques da oposição

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A ideia é contar com congressistas com experiência em outras CPIs e que possam se contrapor a integrantes do bolsonarismo. (Foto: EBC)

Às vésperas da instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS, o Palácio do Planalto intensificou os esforços para conter os possíveis danos da investigação. A mobilização é considerada crucial para a estabilidade do governo, já que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta uma crise de popularidade, com acúmulo de notícias negativas, além de ser pressionado por partidos da própria base. A estratégia passa por montar uma “tropa de choque” experiente na comissão e manter a mira apontada para o governo Bolsonaro. A ideia é focar no início do esquema de descontos indevidos nas aposentadorias.

Parlamentares preveem, contudo, que a execução desse planejamento não será simples. O escândalo levou à demissão do ex-ministro da Previdência Carlos Lupi (PDT) e do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Apesar de o esquema ter sido desbaratado a partir de apuração da Controladoria-Geral da União (CGU) do governo Lula, foi justamente neste período que os descontos indevidos explodiram, com suspeitas recaindo sobre entidades historicamente ligadas ao PT, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag).

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), com quem o Planalto e o próprio Lula têm estreitado os laços, foi o responsável por ler na última terça-feira o requerimento que criou a CPI.

Escalação

Depois de tentar postergar ao máximo esse movimento, a articulação política do governo agora se concentra na composição do grupo, que deverá iniciar os trabalhos em agosto, após o recesso parlamentar. Nomes de perfil combativo e próximos do governo como os dos senadores Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM) e do deputado Paulo Pimenta (PT-RS) já foram definidos pelos seus partidos.

A ideia é contar com congressistas com experiência em outras CPIs e que possam se contrapor a integrantes do bolsonarismo, como o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que se notabilizou pela forte presença nas redes sociais e já disse que deseja participar da comissão.

Um dos vice-líderes do governo no Congresso, Aziz deverá ser o presidente do colegiado. O senador já presidiu a CPI da Covid, em 2021, que desgastou o governo Bolsonaro.

Já a relatoria, que caberá a uma indicação da Câmara, ainda está indefinida. O presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) já indicou que não será ninguém do PT nem do PL.

O governo tem adotado um discurso de que a comissão servirá para esclarecer o escândalo.

— Vou lá pra investigar e identificar os responsáveis pelas fraudes do INSS. Quem facilitou e quem foi beneficiado com os desvios. A CPI vai ser importante para a população saber de fato a verdade sobre tudo que aconteceu — diz Pimenta, que é ex-ministro da Secretaria de Comunicação.

Integrantes do governo reconhecem o potencial negativo da CPI, que será composta de deputados e senadores. Auxiliares de Lula dão como certa a convocação para depoimentos do ministro da Previdência, Wolney Queiroz, do ex-ministro Carlos Lupi, do presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e do ex-chefe do instituto Alessandro Stefanutto.

O líder do PDT, Mário Heringer (MG), será um dos membros titulares da CPI. Embora tenha adotado uma postura crítica ao governo desde a saída de Lupi e declarado que sua bancada agora é independente, o deputado atua alinhado com Wolney nas questões envolvendo a crise.

Do lado da oposição a avaliação é que a escolha de quem irá relatar a CPI será definidora dos rumos da comissão. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), reclamou que o seu partido não ficará com o cargo.

— Lógico que, não sendo do PL, só facilita a vida de quem roubou os aposentados.

Doação 

Uma das frentes de atuação do governo é tentar colar no ex-presidente Jair Bolsonaro a figura do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “careca do INSS” e apontado pela Polícia Federal como figura central do esquema.

Em setembro de 2022, no auge do período eleitoral, apoiadores de Bolsonaro se mobilizaram para arrecadar doações “simbólicas” para o então candidato à reeleição.

Bolsonaristas inundaram as redes sociais para pedir um pix de “só R$ 1, nada mais”. Era uma estratégia malsucedida de fazer uma contagem paralela de votos, em meio aos ataques sistemáticos de Bolsonaro às urnas eletrônicas. Um dos doadores foi o “careca do INSS”.

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) adianta um tema que pode ser explorado pela oposição, como o fato de Frei Chico, irmão de Lula, ser vice-presidente da Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). A associação teve ganhos exponenciais com os descontos na folha de aposentados.

— A oposição, em sua maioria, não quer investigar, ela quer acabar com o Brasil. E o presidente Lula, se tiver um irmão envolvido, eu tenho certeza que ele vai mandar prender o irmão e nem na cadeia ele vai. A CPI vai revelar os problemas no governo Lula, quem roubou e também vai lá atrás… A corrupção começou no governo Bolsonaro — afirmou. As informações são do portal O Globo.

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