Segunda-feira, 23 de junho de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
14°
Light Drizzle

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Após 3 meses, imposto zero para importação de alimentos tem pouco efeito sobre preços

Compartilhe esta notícia:

Após março, a inflação dos alimentos consumidos em casa, medida pelo IPCA, chegou a perder força — de 0,83% em abril para 0,02% em maio. (Foto: Helena Pontes/Agência IBGE)

A ação do governo federal, em março, de zerar a alíquota do imposto de importação de certos alimentos para aumentar as compras do exterior, e com isso, reduzir preços, não conseguiu mostrar resultados consistentes até o momento. Os dados fazem parte de levantamento feito pela área econômica da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Na lista de dez produtos beneficiados pela mudança, apenas dois tiveram crescimento nos envios em abril e maio e com recuo em preços: azeite de oliva e outros tipos de açúcares da cana (como refinado e cristal), em comparação com o mês imediatamente anterior.

Os dados sobre valores importados foram cruzados com variação de preços das mercadorias, com base na nomenclatura dos produtos informada na publicação da medida, em “Diário Oficial”.

Embora a isenção tenha sido anunciada para beneficiar as classes de menor renda, como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou dias antes do anúncio, o azeite teve o maior recuo de preço, medido pelo IPCA do IBGE — 1,5% em abril e 2,78% em maio. Mas trata-se de um item de consumo mais restrito por conta do custo (a embalagem de meio litro é vendida hoje por mais de R$ 30).

O açúcar, também com aumento nas importações após março, teve recuo de 0,3% em abril, e de 0,2% em maio.
Segundo o levantamento, em abril, os dez itens tiveram alta de 4,2% na importação frente ao mês anterior, para US$ 105,3 bilhões, mas em maio, o recuo foi de 22,8% versus abril, para US$ 81 bilhões. No mesmo intervalo, o dólar médio mensal desvalorizou-se em cerca de 2%.

Ao se considerar o bimestre de abril e maio de 2025 versus o mesmo período do ano anterior houve diminuição de 7,7% nos envios ao país, para US$ 186,7 bilhões importados — a moeda americana valorizou-se em cerca de 11% nos 12 meses, pressionando mais os preços acumulados.

De sardinha à biscoito

Três meses atrás, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, ao lado de outros ministros, divulgou uma lista com dez produtos que passariam a ter tarifas de importação zeradas após 14 de março. Ainda estiveram no evento Carlos Fávaro (Agricultura), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar), Rui Costa (Casa Civil) e Sidônio Palmeira (Secretaria de Comunicação Social).

Na lista com alíquota zero estavam carnes, sardinha, café torrado, café em grão, azeite de oliva, outros açúcares (não oriundos da cana), óleo de girassol, milho, massas e biscoitos. O imposto de importação variava de 7,2% a 32%, a depender do item.

Neste grupo analisado pela CNC não está o óleo de palma, que já tinha isenção, e houve aumento no limite — de 90 mil para 150 mil toneladas. O economista da CNC Fabio Bentes acredita que é possível concluir que, até o
momento, a isenção não surtiu o efeito desejado de forma mais direta no preço.

“Buscamos correlação e não causalidade na análise, por isso, estendeu-se o período de captura dos dados e ainda cruzamos com preços praticados”, diz ele.

“Podemos dizer, com boa dose de segurança, que não houve efeito durante esses últimos meses. Há uma série de variáveis em paralelo, como o impacto pequeno dos produtos selecionados no índice geral da inflação, e o fato de que outros países também estarem sentindo, muitas vezes, a mesma pressão inflacionária”, afirma.

Após março, a inflação dos alimentos consumidos em casa, medida pelo IPCA, chegou a perder força — de 0,83% em abril para 0,02% em maio — mas por conta do recuo da inflação numa cesta de itens que não incluía os produtos isentos após março.

A trégua em maio, segundo o IBGE, refletiu a redução do tomate, do arroz, do ovo e das frutas. Já as carnes desossadas, com alíquota zero, subiram 0,97%; a sardinha, 0,84%; e as massas, 059%, mas o milho avançou menos, 0,21%.

No fim do mês passado, o ministério da Agricultura celebrou a desaceleração nos preços após abril, atribuindo o movimento às medidas tomadas neste ano. O governo anunciou, além da redução na alíquota de importação, o aumento de estoques reguladores, e ações de estímulo para produtos da cesta básica no Plano Safra.

MDIC responde

Procurado para comentar, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) disse que o aumento ou recuo de importações dos 11 produtos (incluindo óleo de palma) obedecem às “dinâmicas de mercado”.
Reforça que a redução nas alíquotas foi adotada para contribuir na queda de preços, provocada principalmente por questões climáticas. Afirma que foi uma ação de caráter conjuntural, e que surtiu efeitos. Em abril, o Mdic relata que houve aumento de 32% nas importações em relação a fevereiro, último mês antes da medida. As informações são do portal Valor Econômico.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Flávio Bolsonaro pode salvar Lula
Rússia condena bombardeio dos Estados Unidos ao Irã
https://www.osul.com.br/apos-3-meses-imposto-zero-para-imem-alimentos-anunciado-pelo-governo-teve-pouco-efeito-em-precos/ Após 3 meses, imposto zero para importação de alimentos tem pouco efeito sobre preços 2025-06-22
Deixe seu comentário
Pode te interessar