Sexta-feira, 13 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de maio de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Michel Temer assume a presidência da República com um foco em gestão de informações sigilosas. Os primeiros dois meses serão fundamentais para ele conhecer o terreno que pisa, porque foi vizinho distante nos últimos anos. Para isso, vai reinstalar o Gabinete de Segurança Institucional, com militares de alta patente, e ontem garantiu à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) que vai fortalecer o órgão e não mexerá em sua estrutura. O orgão continuará sob comando civil e sem ingerência militar como antes.
Civis & militares
O presidente Temer terá dois órgãos de inteligência distintos para manter a soberania – do PMDB, por ora, e do Brasil.
Cerco oficial
A Asbin (Associação de Servidores da Abin) promete entregar uma carta a Temer, hoje, cobrando a garantia de independência do órgão.
Separação de “poderes”
De acordo com a Asbin, “o modelo tradicional brasileiro de subordinação da Inteligência de Estado ao comando militar está superado”.
No mais…
…Geddel Vieira Lima será um dos ministros mais poderosos do governo. Vai comandar a Abin, subordinada à sua futura Secretaria de Governo.
A grande jogada
O deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) será o ministro do Esporte – que deve ser fundido com o do Turismo, mais para a frente. Temer bateu o martelo ontem. Neste caso, será promovido a líder do PMDB na Câmara o mineiro Leonardo Quintão (MG). Picciani mudou da água para o vinho. Era aliado próximo de Dilma Rousseff e votou contra o impeachment.
Aliado
Não há definição sobre quando será a posse de Picciani. Há um consenso, no staff de Temer, de que o atual ministro Ricardo Leyser, ligado ao PCdoB, é o homem no governo que mais entende da organização da Olimpíada do Rio de Janeiro. Articula-se um jeito de mantê-lo.
Atletas
Picciani avisou que topa ser ministro do Esporte, mas Temer teria de atender a bancada com mais duas pastas, para não causar cisão na Câmara.
Bênção, padim
Não é certo qual foi a ingerência do ex-presidente e ex-senador José Sarney, sem mandato, neste processo contra Dilma. Fato é que mais de 20 senadores ligaram para o Bigode nos últimos dois dias.
Inferno
Há pressão de opositores na Câmara Municipal de Belo Horizonte (MG) para que se anule o título de cidadão honorário concedido a Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Tchau, querido
Cunha tem com o que se preocupar. Seu principal advogado, o ex-procurador-geral da República Antônio Fernando de Souza, estuda deixar a defesa do presidente afastado da Câmara. Souza evita entrevistas e publicidade, e nem foi ao Conselho de Ética defendê-lo.
Farra acabou
Sindicatos ligados à CUT e ao PT começaram semana passada a procurar novas e mais modestas sedes, inclusive em Brasília, prevendo a redução drástica de repasses do Ministério do Trabalho de Temer.
O caso Newtinho
Aconteceu assim: antes de deixar o Palácio do Jaburu para compromissos, Temer ofereceu o Ministério da Defesa à bancada mineira do PMDB, reunida na sala. Sem a presença do presidente, Newton Cardoso Filho se ofereceu para a vaga.
Deixa pra depois
A turma titubeou um pouco, alguns se constrangeram, mas o pai Newtão, ao lado dele, o endossou e ninguém reclamou mais. Temer soube e foi o próprio presidente quem barrou Newtinho. Ele admira o rapaz, que tem grande futuro, mas ainda não é a hora.
Veterano
Temer procura um perfil mais experiente para a Defesa. Pelo episódio, não será mais do PPS a pasta, cujo cotado era Raul Jungmann (PE). O presidente consulta generais e comandantes.
Menotti no plantão
Nunca uma falha técnica da TV Globo foi tão pertinente. Um repórter falava ao vivo do Senado sobre o impeachment de Dilma, em rede nacional, quando entrou um vídeo do cantor César Menotti com cara de choro, cantando a música “Tô mal”. Parecia provocação a Dilma.
PSB balança
Michel Temer ofereceu à bancada do PSB na Câmara o comando do Ministério de Minas e Energia, feudo de décadas do PMDB do Senado. Os deputados toparam, contrariando decisão da Executiva do partido.
Ponto Final
Futuro ministro do Planejamento, Romero Jucá (PMDB-RR) quer ficar mais tempo na função desta vez e procura advogados de peso, para a sua segurança. No governo Lula, Jucá ficou três meses no cargo e foi abatido por denúncias antigas.
Com Walmor Parente e Equipe DF, SP e Nordeste
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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