Domingo, 28 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de março de 2017
O Ministério da Agricultura afirmou que, além de carne bovina, a operação Carne Fraca, da Polícia Federal, identificou irregularidades em outros produtos, como mortadela, salsicha, carne de aves e ração de animais de estimação. O secretário-executivo do Ministério da Agricultura, Eumar Novacki, afirmou na sexta-feira (17) que interditou três unidades de empresas investigadas.
No caso da BRF, foi interditado um frigorífico de carne de aves em Mineiros (GO). Já a Peccin Agroindustrial teve duas unidades de embutidos (salsicha e mortadela) interditadas pela pasta, uma em Jaraguá do Sul (SC) e outra em Curitiba (PR).
Segundo Novacki, a pasta afastou 33 servidores envolvidos na operação – destes, quatro servidores exerciam cargos de confiança e foram exonerados. “As primeiras denúncias aconteceram há quase sete anos, e as investigações começaram há dois anos”, disse o secretário. “Desde que chegamos, o ministro determinou que a série de procedimentos fossem estudados e verificados, entre eles o procedimentos de inspeção. Situações como essa causam um dano à imagem.”
Os servidores afastados serão submetidos à instauração de um procedimento administrativo dentro da pasta. “Novas operações poderão vir no futuro. Tudo o que estamos detectando, estamos tomando providências e encaminhando para a PF e para o Ministério Público Federal.”
O secretário afirmou que são poucos servidores para o universo total. “São 33 servidores em um universo de 11 mil servidores, 2,3 mil diretamente na área de inspeção”, disse. “Não representam de modo algum a postura do Ministério da Agricultura.”
Disse ainda que a pasta está realizando mudanças para deixar a fiscalização mais rigorosa. “Atualizamos e entregamos à Casa Civil um novo regulamento de inspeção de produtos de origem animal. Fizemos uma atualização e trouxemos o capítulo que estabelece procedimentos e penalidades.”
Segundo a pasta, há 21 SIFs [Serviço de Inspeção Federal] do Ministério da Agricultura que estão sendo investigados. “Mas há quase 5.000 estabelecimentos no País. Isso demonstra que não é um fato cotidiano, são fatos isolados”, defendeu.
Questionado sobre a avaliação da PF de que a corrupção abastecia o caixa do PP (Partido Progressista), mesmo partido do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, ele afirmou que “na nossa gestão, isso não existiu”. (Folhapress)